JOSAPHAT TEME NOVO PACOTE ECONÔMICO
Preocupado com as dificuldades econômicas da população, o senador Josaphat Marinho (PFL-BA) fez um apelo hoje (dia 26) ao governo para que não edite um novo plano de ajuste fiscal. Josaphat citou as declarações do ministro interino da Fazenda, Pedro Parente, que previu resultados ruins para as contas públicas em 1998. De acordo com Parente, o déficit público decorre dos problemas de caixa da Previdência e dos gastos realizados com recursos das privatizações nos estados. Este quadro, segundo Parente, impede a redução das taxas de juros. Josaphat Marinho acredita que as declarações do ministro constituam indícios da intenção do governo de editar medidas de contenção fiscal que, para ele, teriam forte efeito recessivo.
Ressaltando as conseqüências negativas de um possível pacote fiscal para a população, Josaphat lamentou a falta de medidas preventivas do governo para enfrentar os problemas do país.
- O governo não busca planos de ações com medidas preventivas. As providências são sempre circunstanciais, emergenciais, e não de longo prazo e visão larga para debelar e reduzir os males do Brasil. A política de retenção na economia aumenta as falências e concordatas e avulta mais ainda as inadimplências - afirmou o senador baiano.
Em aparte, o senador Lúdio Coelho (PSDB-MS) declarou que confia na capacidade do governo de ajustar a economia. No entanto, ressaltou a necessidade de o Senado fixar limites para o endividamento dos estados e municípios, o que teria impacto positivo sobre as contas públicas. O senador Leomar Quintanilha (PPB-TO) acredita que o novo pacote fiscal acerte os rumos da economia, principalmente no que diz respeito aos altos juros "que castigam o setor produtivo nacional".
Já o senador Vilson Kleinübing (PFL-SC) afirmou que, enquanto não forem fixados limites rígidos para o endividamento da União, estados e municípios, haverá sempre a necessidade de adoção de pacotes de emergência para o controle do déficit público. "O Senado precisa cumprir a sua função constitucional e fixar os limites de endividamento, como fizeram os parlamentos de países como Canadá, Estados Unidos e Portugal, que hoje apresentam baixos índices de desemprego", observou.
26/05/1998
Agência Senado
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