José Agripino anuncia obstrução do DEM



O líder do DEM no Senado, José Agripino (RN), anunciou que seu partido está em obstrução seletiva. Também acompanham a obstrução o PSDB e o PSOL e alguns senadores do PMDB, PDT e PSB. A obstrução foi decidida em reunião nesta quinta-feira (13) com parlamentares desses partidos. Ele também anunciou que os líderes do DEM, do PSDB e do PSOL não participarão de reuniões de líderes convocadas pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), cujo pedido de perda de mandato foi rejeitado no dia anterior pelo Senado, em sessão secreta.

- Para nós, até que se concluam as pendências no Conselho de Ética, o senador Renan Calheiros não é mais o presidente do Senado Federal - afirmou.

O líder informou ao Plenário as decisões tomadas na reunião. Medidas provisórias com créditos extraordinários ou que não sejam urgentes e relevantes não serão votadas. Os senadores darão prioridade a dois projetos de resolução: o que obriga serem abertas as sessões em que são analisados pedidos de perda de mandato e o que obriga a licença compulsória imediata de integrantes da mesa ou dirigentes de comissões ou do Conselho de Ética que tenham processos acolhidos pelo próprio conselho.

Vão também exigir que o presidente do conselho, senador Leomar Quintanilha (PMDB-TO), indique imediatamente um só relator para os dois processos que ainda restam contra Renan; e que nenhuma matéria seja votada sem que se instale a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigará ações de organizações não governamentais (ONG) - motivo de indagação, em aparte, do senador Heráclito Fortes (DEM-PI), autor do requerimento para instalação dessa CPI.

José Agripino informou ter recebido sete mil mensagens eletrônicas desde o dia anterior. Afirmou que a maior parte delas trata da diferença entre as votações no Conselho de Ética - onde Renan perdeu por 11 votos contra 4 - e do Plenário, no qual o presidente do Senado ganhou por 40 votos a favor, 35 contra e 6 abstenções. A diferença, assinalou, foi o voto aberto, no conselho, e secreto, no Plenário. Para Agripino, o Senado "foi nivelado por baixo", misturando aqueles que pensaram na instituição com aqueles que pensaram somente no senador Renan.

- O senador Renan, que foi o primeiro a pensar somente nele próprio - acusou Agripino, acrescentando que as ações decididas na reunião visam tentar recuperar a imagem do Senado perante a opinião pública.

Em aparte, o senador Adelmir Santana (DEM-DF) informou que relata, na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), projeto de autoria do senador João Durval (PDT-BA) que já determina a licença compulsória de dirigentes do Senado que tiverem processos acolhidos pelo Conselho de Ética. Em outro aparte, o líder do PSDB, senador Arthur Virgílio Neto, afirmou que "o Senado cometeu um suicídio político". Já o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) disse que apoiava Agripino "na luta para encontrar um caminho para o Senado Federal". O senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR), por sua vez, comunicou ter apresentado projeto para "despartidarizar o Conselho de Ética", que passaria a ter um representante de cada partido, em vez de ser composto pela proporcionalidade das bancadas.



13/09/2007

Agência Senado


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