José Agripino diz que terrorismo e desenvolvimento estão norteando discussões da assembléia da ONU



Ao fazer um resumo de sua participação na Assembléia Geral de 2001 da Organização das Nações Unidas (ONU) como observador parlamentar designado pelo Senado, o senador José Agripino (PFL-RN) informou que dois temas estão norteando as discussões deste ano: o combate ao terrorismo e o financiamento para o desenvolvimento dos países mais pobres. Ele destacou que a importância da ONU tem sido fundamental no momento em que os países buscam a paz mundial.

Uma das recomendações feitas pela assembléia da ONU, segundo o senador pelo Rio Grande do Norte, foi que os países-membros da entidade adaptem suas legislações aos tratados e convenções setoriais já aprovados sobre o terrorismo. Ele lembrou que o governo brasileiro já se antecipou à medida quando, no mês passado, publicou decreto com uma série de medidas sobre o combate ao terrorismo no país.

José Agripino registrou que foi criado um Comitê Anti-terrorismo, composto por representantes dos 15 países que integram o Conselho de Segurança da ONU, com a missão de produzir uma legislação específica sobre o terrorismo baseada em vários pontos pré-definidos, como a produção de uma legislação bancária que impeça a lavagem de dinheiro, a instituição de uma lei de imigração e a criação de uma legislação alfandegária voltada para o combate ao terrorismo.

Outros pontos que estão sendo trabalhados pelo Comitê Anti-terrorismo são a definição de normas de extradição para facilitar a transferência de terroristas, a padronização de ações de polícia e de agentes aplicadores da lei, a elaboração de medidas para apoiar países sem experiência ou com carência de recursos para combater o terrorismo e o combate ao comércio ilegal de armas. O comitê deverá concluir seu trabalho até o dia 27 de dezembro, data prevista para apresentação do documento final.

Sobre o financiamento para o desenvolvimento, José Agripino registrou que está sendo estudada a criação de duas taxas para financiar os países mais pobres. Uma incidiria sobre as operações financeiras realizadas entre os dez países mais ricos do mundo e a outra sobre as nações que mais poluem o meio ambiente. Também estão sendo debatidos, entre outros temas, segundo o senador, as relações entre as nações no comércio internacional, a ajuda oficial para o desenvolvimento e a dívida externa dos países pobres.

Em aparte, o senador Bernardo Cabral (PFL-AM) lembrou que a Constituição brasileira já classifica o terrorismo como crime inafiançável e insusceptível de graça ou anistia. O senador Pedro Simon (PMDB-RS) disse que o Nobel da Paz oferecido à ONU não foi um prêmio pelo que a instituição fez no passado, mas pelo a organização pode fazer no presente e no futuro.

05/11/2001

Agência Senado


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