Jucá quer mais ações pelas crianças



No transcurso do Dia da Infância, neste 21 de março, o senador Romero Jucá (PSDB-RR) lamentou que, 12 anos passados da Cúpula Mundial pela Criança, os avanços obtidos não sejam satisfatórios. O parlamentar citou dados do relatório do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) de 2000, que mostram que a situação pouco mudou.

De acordo com esses dados, um terço das crianças nascidas em 1990 não foram sequer registradas, o que lhes priva de nacionalidade reconhecida, acesso ao sistema de saúde e à escola. Delas, 32% sofrem de desnutrição e 27% não foram vacinadas contra quaisquer doenças. Morreram antes dos cinco anos 9%. Das sobreviventes, 39% não têm saneamento básico, 18% vivem sem água potável e 18% não freqüentam escolas.

- A diferença entre as experiências de vida e condições de sobrevivência desse grupo de crianças, comparado com o grupo que estava com 11 anos de idade em 1990, não é tão grande quando esperava a comunidade internacional, ao se reunir na cúpula e firmar tantas metas ambiciosas - disse Jucá.

Para o parlamentar, no entanto, a cúpula não foi em vão, já que muita coisa melhorou. Citou dados da edição de 2002 do relatório do Unicef, que atesta a erradicação da poliomielite em 175 países e do tétano neonatal em 104.

O documento mostra que 3 milhões de crianças com menos de cinco anos deixam de morrer a cada ano, graças aos programas de imunização e outros esforços. Nos países em desenvolvimento, afirma o relatório, 28 milhões de crianças menores de cinco anos deixaram de sofrer de desnutrição. Mas mais de 10 milhões de crianças ainda morrem por falta de prevenção de doenças, mais de 600 milhões vivem na pobreza e cerca de 100 milhões estão fora da escola.

- Às evidências de realizações vitoriosas, somam-se fracassos desanimadores. Parece que a distribuição do progresso no universo infantil acompanhou a tirania dos países ricos e suas grandes corporações financeiras: sangram os países pobres com dívidas monstruosas para que as crianças do lado rico tenham o luxo e o supérfluo - afirmou Jucá, vice-líder do governo no Senado.

Para o senador, a questão da criança "ainda deve constar da agenda dos mais graves assuntos" do país.

- Ainda somos responsáveis pela geração que vai nos suceder amanhã. Se não cuidarmos da infância hoje, a história nos cobrará mais adiante o que deixamos de fazer agora - finalizou Jucá.



21/03/2002

Agência Senado


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