JUCÁ SUGERE APROXIMAÇÃO ENTRE PISO E TETO SALARIAL



Em vez de estar discutindo o aumento do teto salarial dos três poderes, Legislativo, Executivo e Judiciário deveriam buscar fórmulas de diminuir a diferença entre os menores e os maiores salários pagos no setor público. Foi o que sugeriu nesta sexta-feira (dia 1º) em plenário o senador Romero Jucá (PSDB-RR).
O senador explicou que não é contra a fixação de um teto salarial. Antes, acha fundamental que haja um limite máximo de salários e disse que lutou por isso quando foi relator da emenda constitucional da reforma administrativa. Mas entende o senador que num momento de desemprego e baixos salários, a discussão sobre a elevação do teto deixa vulneráveis os poderes.
- É preciso elevar o piso miserável que é pago hoje aos servidores públicos, ainda que eu não seja contra o desejo de melhoria dos salários mais altos e nem queira me posicionar sobre o valor do teto - afirmou Jucá.
Conforme o senador, no Brasil a diferença entre o maior e o menor salário no setor público é de aproximadamente 300 vezes, quando nos países desenvolvidos não passa de 15 vezes. Quando foi fixado um teto, o objetivo era evitar a existência de supersalários e a figura do "marajá". Por essa razão Jucá disse ter defendido a transformação em teto salarial dos vencimentos pagos aos ministros do Supremo Tribunal Federal.
O parlamentar disse que o limite de gastos com pessoal (60% da receita da administração pública) é importante para que o Estado possa destinar quantia mínima necessária ao cumprimento das suas funções de atendimento à população em áreas como a educação e a segurança.
Em aparte, o senador Amir Lando (PMDB-RO) argumentou que não é o teto a causa da queda dos salários, e sim os equívocos da política econômica que levou à recessão e ao desemprego. Ele lembrou as somas vultosas que o país paga em juros da dívida e a perda com os financiamentos a juros baratos destinados aos compradores de empresas em privatização.

01/10/1999

Agência Senado


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