JUIZ DO TRT-PB DEFENDE-SE DE ACUSAÇÕES EM DEPOIMENTO NA CPI



Ao depor nesta terça-feira (dia 24) na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga denúncias de irregularidades no Poder Judiciário, o juiz Aluízio Rodrigues, do Tribunal Regional do Trabalho da Paraíba (TRT-PB), fez acusações contra os ministros do Tribunal Superior do Trabalho (TST) Hermes Pedrassani, Wagner Pimenta e Almir Pazzianotto. O juiz, ex-presidente do TRT-PB, também refutou as acusações feitas contra sua administração.O magistrado trabalhista afirmou que Pazzianotto agiu irresponsavelmente ao promover a intervenção no TRT-PB, feita quando o tribunal avaliava o afastamento do então presidente, juiz Vicente Vanderlei, que solicitara a interferência do TST. Relatou também um "proposta indecorosa" feita pelo ministro.- Durante a sindicância aberta pelo TST, ele sugeriu que eu me aposentasse. Eu disse então que somente o faria depois de lavar minha honra. Foi quando ele afirmou: "Seja um homem pragmático: para o povo, não é importante ter dignidade e sim dinheiro na conta bancária" - relatou o magistrado, acrescentando que o discurso foi acompanhado por sua esposa, presente também a seu depoimento na CPI.O vice-presidente da CPI, senador Carlos Wilson (PSDB-PE), que indagou sobre a atitude de Pazzianotto, afirmou estar "impressionado com a contundência do depoimento" do juiz paraibano.Rodrigues disse que o ministro Wagner Pimenta cometeu "deslealdade processual" para com ele, ao não comunicar que pesava contra Rodrigues, na sindicância feita pelo TST após a intervenção no TRT-PB, uma autorização para viagem do juiz Geraldo Teixeira de Carvalho a São Paulo. O juiz afirmou que não assinaria o papel, por considerar Carvalho "um péssimo caráter", mas não soube dizer se assinara o papel desavisadamente, em meio a outros.Por fim, Aluízio Rodrigues disse que Hermes Pedrassani "não tem condições morais" para julgá-lo, ao mesmo tempo em que desclassificou o relatório sobre a sindicância do TST assinado pelo ministro. Rodrigues afirmou que chega a torcer para ser condenado pelo TST, para posteriormente desqualificar o relatório na Justiça.O ex-presidente do TRT-PB refutou as acusações feitas pelo técnico judiciário Antônio de Pádua Pereira Leite, de apropriação indébita, venda de acórdãos, superfaturamento de obras e de ter realizado viagens privadas às custas do tribunal. O juiz afirmou ter sido inocentado pelo Tribunal de Contas da União e pediu que Leite seja processado por perjúrio, já que teria afirmado, perante a CPI, ter cópia das sentenças condenando o juiz.Rodrigues também negou ter comparecido armado a uma sessão do tribunal. Segundo ele, foi Vicente Vanderlei quem foi uma vez ao plenário com um revólver na cintura. Por fim, negou as acusações do superintendente da Polícia Federal na Paraíba, Antônio Flávio Toscano Moura, que disse na CPI que o magistrado quase derrubou a porta do tribunal após uma eleição de juiz classista.

24/08/1999

Agência Senado


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