JÚNIA MARISE APONTA OMISSÃO DO GOVERNO NA SEGURANÇA
O aumento da violência é conseqüência da política neoliberal, na avaliação da senadora Júnia Marise (PDT-MG), que denunciou hoje (dia 17), em discurso no plenário, o crescimento da criminalidade no Distrito Federal e em Minas Gerais.
- Nossas autoridades, reticentes nos seus objetivos de cortar despesas e implantar o Estado mínimo, conforme reza o credo do neoliberalismo, têm-se descuidado das políticas sociais. Assim, relegaram a segundo plano a geração de empregos, a saúde, a educação e a segurança, promovendo verdadeiro sucateamento nas polícias civil e militar e arrochando os salários dos seus efetivos - afirmou.
A senadora lembrou dos assassinatos brutais ocorridos recentemente no Distrito Federal e chamou a atenção para o aumento da violência em Minas Gerais, notadamente nos municípios de Varginha, Uberlândia, Juiz de Fora e Governador Valadares. Ela ressaltou o índice de 60% no crescimento dos crimes contra o patrimônio, em apenas um ano, na região metropolitana de Belo Horizonte.
Júnia Marise avalia que a violência criminal nas ruas, a violência doméstica, a violência no trânsito e a violência social, constituída pela pobreza e pelo desemprego, se interligam e se realimentam. "Mas não basta conceituar a respeito delas. É preciso agir", advertiu.
- Aos poucos, o agravamento da crise sócio-econômica, o desmantelamento do aparelho institucional e a degeneração moral e política que tomou conta desta nação ocasionaram uma nova atitude do indivíduo em relação à sociedade em que vive. Para isso, contribuíram, também, decisivamente, o precário funcionamento do aparato policial e a mais absoluta descrença do povo nas instituições responsáveis pela sua segurança - analisou.
Júnia acredita que, para reverter a situação, é necessário que toda a sociedade brasileira se una e se conscientize de que o combate à violência começa em casa. Segundo ela, também é preciso que os governantes dêem o exemplo modernizando os sistemas de segurança pública, melhorando as condições de trabalho dos profissionais da área, combatendo o desemprego e, principalmente, promovendo "um choque de cidadania que devolva aos cidadãos e aos jovens perspectivas de um futuro com paz, sobrevivência digna e justiça social".
17/04/1998
Agência Senado
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