JÚNIA: REFORMA DA PREVIDÊNCIA DEVERIA TER SIDO MAIS DISCUTIDA



A senadora Júnia Marise (PDT-MG) considerou hoje (dia 24) que o Senado vai ficar devendo uma verdadeira reforma da Previdência à sociedade. Em sua opinião, a matéria deveria ter sido mais discutida junto à população, como foi feita em países europeus, em vez de debatê-la "a toque de caixa".

- O Senado abriu suas portas para discutir a reforma da Previdência, que vai mexer com a vida de milhões de brasileiros? - questionou.

Para Júnia Marise, uma verdadeira reforma previdenciária deveria abordar questões como as isenções fiscais e o combate à sonegação. "Eununca me neguei a discutir a questão, mas eu defendo uma reforma que não retire os direitos dos trabalhadores e aposentados e não essa que se está votando, que está penalizando-os", frisou.

A senadora criticou a declaração do ministro da Previdência, Reinhold Stephanes, de que o brasileiro vive mais hoje e, por isso, poderia se aumentar o tempo de contribuição. "Uma reforma séria não pode ser baseada em futurologia", afirmou.

Júnia Marise lembrou que, no texto inicial da reforma da Previdência, não estava prevista a paridade entre os ativos e os inativos, mas emenda de sua autoria, aprovada pelo relator, restabeleceu esse dispositivo. "Sem a paridade, o trabalhador que se aposentasse não receberia um prêmio, mas um castigo", salientou.

Na opinião da senadora, o governo federal estimula os trabalhadores a procurarem a previdência privada, o que a seu ver é uma distorção das atribuições do Estado. "Eu aposto que, nos próximos três a quatro anos, as empresas de previdência privada recolherão mais de R$ 200 bilhões", ponderou.



24/09/1997

Agência Senado


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