Juvêncio critica "leniência" do governo diante de problemas do campo



O senador Juvêncio da Fonseca (PSDB-MS) afirmou, nesta quinta-feira (18), que os produtores rurais, que fazem com que gire a máquina financeira do país, estão sendo massacrados pela leniência do governo. Ele lamentou que os protestos realizados pelos agricultores em todo país nesta semana não tenham tido a ressonância desejada devido à crise da segurança pública, e registrou que "o que o povo deseja é produção com justiça social".

- O campo está em crise. Os produtores rurais, embora sendo os principais responsáveis pela elevação do superávit da balança comercial, contribuindo para a redução do risco Brasil, ficaram alijados do ganho e da renda, enfrentando prejuízos na comercialização. Isso acontece porque a maioria dos preços dos produtos agropecuários está abaixo do custo da produção - disse o senador.

Segundo Juvêncio, a perda de renda dos agricultores no ano passado foi de mais de R$ 16 bilhões (redução do PIB do setor rural). Para este ano, a expectativa é de nova queda. Ele informou que as parcelas das dívidas não foram prorrogadas e que muitos produtores não vinham pagando em dia as prestações em 2005.

Juvêncio ressalvou, no entanto, que Mato Grosso do Sul tem, hoje, o índice campeão de adimplência no pagamento das suas obrigações com o financiamento dos produtos rurais - 98%.

- Isso significa que, na medida do possível, o homem do campo paga pontualmente seus compromissos e que não merece ser chamado de "caloteiro". Caloteiros são os que não pagam a dívida social - criticou.

Nesse contexto, o senador disse acreditar que é imprescindível suspender, por 120 dias, todos os vencimentos dos financiamentos e dívidas rurais, para que possam ser adotadas as seguintes providências: securitizar o somatório dos valores referentes às modalidades de financiamento para pagamento em 25 parcelas anuais a partir de outubro de 2007, com encargos financeiros pré-fixados de 3% ao ano, e assegurar o cumprimento da política de garantia de preços mínimos, com alocação de R$ 2,8 bilhões no orçamento das operações oficiais do crédito para a safra 2005/2006.

- Se o campo vai bem, a cidade vai bem. Isso é uma máxima válida para a economia de qualquer país - finalizou o parlamentar.

Juvêncio recebeu apartes dos colegas Ramez Tebet (PMDB-MS) e Antônio João (PTB-MS).



18/05/2006

Agência Senado


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