Juvêncio cita Jungmann e critica omissão do governo



Com base em artigo do ex-ministro da Reforma Agrária e atual deputado Raul Jungmann (PPS-PE), o senador Juvêncio da Fonseca (PMDB-MS) criticou nesta terça-feira (12) a omissão do governo em relação às invasões de propriedades rurais pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Juvêncio pediu ao presidente da República que -defina os limites toleráveis das manifestações públicas- e que -faça valer o império da lei-.

O senador destacou trecho do artigo em que Jungmann afirma que -a demanda por terra vem caindo e não crescendo, como se propala-. Atesta isso, afirma Jungmann em seu artigo, o crescente recrutamento de desempregados urbanos pelos movimentos dos sem-terra. -A verdade é que, no Brasil de hoje, não temos a rigor uma questão agrária, ou seja, a posse e o uso da terra como entrave à expansão das forças produtivas-, diz o ex-ministro.

Juvêncio referiu-se também ao procurador-geral da República, Claúdio Fonteles, que teria declarado que a invasão de terras produtivas realizadas por trabalhadores rurais não são ilegais. Ele lembrou que o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Maurício Corrêa, afirmou que a invasão de terras, mesmo que improdutivas, é ilícito civil e criminal, porque viola o devido processo legal, assegurado pela Constituição.

- O presidente do Supremo afirmou que o Executivo tem o dever de conter os excessos, tanto do MST quanto dos fazendeiros - enfatizou.

O senador Leomar Quintanilha (PFL-TO) disse em aparte que as invasões do MST estão provocando temor nas famílias de agricultores. Para ele, as invasões são ilícitos flagrantes e -tiram o brilho- de uma reivindicação legítima. Já para o senador Almeida Lima (PDT-SE), o Parlamento precisa refletir com a profundidade necessária e se pronunciar sobre o problema das invasões do MST. A seu ver, a omissão de um -governo aliado- é a razão dos excessos do MST.

O senador Jefferson Péres (PDT-AM) manifestou preocupação com o fato de o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, ter declarado que não pretende reprimir o MST enquanto não houver violação da lei.

- Além de invasão de propriedades, o MST já prega abertamente a luta armada. Não sei o que o ministro acha que é violação da lei - frisou.



12/08/2003

Agência Senado


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