Juvêncio posiciona-se contra proibição do porte de armas



Ao defender posição contrária aos projetos que tramitam no Congresso estipulando a proibição da fabricação, da compra e do porte de armas, o senador Juvêncio da Fonseca (PMDB-MS) comentou nesta quinta-feira (3) que um dos principais equívocos das proposições está na sua própria justificação: a de que o aumento da venda de armas no Brasil é diretamente proporcional ao crescimento da criminalidade.

Segundo o senador pelo Mato Grosso do Sul, enquanto a venda legal de armas no país vem declinando nos últimos anos, a violência só tem aumentado. Ele citou como exemplo o estado de São Paulo, que registrou, em 1994, a emissão de 69 mil portes de armas. Esse número caiu, em 2002, para 3.900. O número de registro de armas também decresceu, de acordo com Juvêncio, de 42 mil para 10 mil, no mesmo período.

- Nem por isso o número de homicídios diminuiu. A justificativa do projeto, neste sentido, é fora da realidade. Não existe tal estatística. As informações públicas de conhecimento dos brasileiros e que são veiculadas pela imprensa não correspondem à realidade. Querem, de qualquer maneira, desarmar o homem honesto, a família, o homem de bem, como se ele estivesse praticando os crimes que ocorrem nas ruas - afirmou.

O problema do grande número de homicídios praticados com armas de fogo no Brasil, na avaliação de Juvêncio, deve-se ao contrabando, principalmente pelas fronteiras da região Centro-Oeste. Ele defendeu a reestruturação da Polícia Federal para que ela possa oferecer uma melhor fiscalização nas fronteiras.

Juvêncio antecipou que apresentará algumas sugestões de modificação nas propostas que tramitam no Congresso. Ao invés da proibir o porte, a venda e a fabricação de armas, ele defendeu a permanência da possibilidade das pessoas continuarem registrando suas armas, mas sugeriu maior rigor na concessão do porte.

O registro das armas, na opinião do senador, deverá ser centralizado exclusivamente pela Polícia Federal. Ele também vai propor a diminuição do número de armas que um cidadão pode dispor, hoje de seis, para três. Juvêncio sugeriu ainda que sejam colocados lacres para que as armas de colecionadores sejam impedidas de detonar.



03/07/2003

Agência Senado


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