LAURO APONTA AJUSTE FISCAL COMO PIOR MOMENTO DO GOVERNO EM 1997



O governo federal, na opinião do senador Lauro Campos (PT-DF), teve o seu pior momento de 1997 com a edição das medidas provisórias que compuseram o ajuste fiscal, ou o "saco de maldades", como o senador denominou as MPs. Lauro disse hoje (15) que os responsáveis pela área econômico-financeira da governo fecharam o ano sem explicar até o momento a razão de o trabalhador ter sido onerado em seu bolso para que "sejam adoçados os lábios de banqueiros".

O senador afirmou que em todos os debates de que a equipe do governo participou no Congresso para discutir o assunto, as explicações foram confusas e inócuas.

- Gustavo Franco, autor da "Caixa de Pandora", por exemplo, nunca conseguiu dar uma explicação para a manutenção do Real a uma unidade por duas de dólar, conforme anunciou no começo da reforma monetária - salientou Lauro Campos, para acrescentar que o presidente do Banco Central chegou a lhe dizer pessoalmente que não se lembrava de que havia anunciado tal disposição do governo em relação a mudanças nas taxas de câmbio.

- É a amnésia presidencial que chegou como uma epidemia nos escalões do governo - disseLauro Campos, ao criticar a política cambial de FHC como forma de equilíbrio do déficit público. Segundo ele, o PT não quer a volta da inflação, conforme alegam os que criticam as reivindicações básicas do partido, mas pretende que a luta pelas reposições salariais continue.

O senador voltou a lembrar que os Estados Unidos souberam conviver com déficit público e ainda convivem, sem onerar o cidadão menos favorecido. No Brasil, ao contrário, vive-se uma realidade fictícia, criticou ainda Lauro Campos, para quem "os sofismas de composição" produzidos pelos economistas do governo predominam em todos os níveis da administração pública.



15/12/1997

Agência Senado


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