Lauro Campos diz que quer ser o "santo dos ateus"



O senador Lauro Campos (PDT-DF) leu nesta sexta-feira (19), em Plenário, um texto poético de sua autoria que trata da religiosidade e do modo de ser do homem e afirmou que o básico no ser humano é a dúvida, é a consciência dos limites e da fragilidade. Para o senador, ser íntegro, inteiro, coerente e pleno é assumir a dualidade. "Ao afirmar que não tenho religião, reúno todas as crenças. O santo dos ateus seria o mais humilde: me candidato a ser o santo dos ateus" - afirmou.

Uma das partes do texto lido pelo senador diz: "... Para cada desvalia, para cada sofrimento ou cada aflição, existe um santo de plantão: o santo das crianças, o santo dos velhos, o santo dos presidiários.... Até mesmo os genocidas e os banqueiros têm seu santo, o que provaria a infinita misericórdia de Deus, se ele, existindo, protegesse os bons e a corja, praticando, ao nivelar os opostos, estranha e incompreensível justiça. Só os materialistas e ateus não têm santo e, por isso, o santo dos ateus seria o mais humilde e esquecido de todos os santos. Logo, o menos vaidoso, o mais santo deles..."

Lauro Campos acrescentou que vive submetido ao dualismo:

- Sou palco de infindáveis diálogos entre as partes opostas que compõem a minha diversidade. Se eu fosse um homem-cristal, transparência e lucidez, eu seria um cristal quebrado, cindido, dual, porque cristal-homem - afirmou.

19/10/2001

Agência Senado


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