LAURO CAMPOS QUER BC E BB DIRIGIDOS POR FUNCIONÁRIOS DE CARREIRA



A fim de preservar a independência dessas instituições financeiras, o senador Lauro Campos (PT-DF) sugeriu, nesta segunda-feira (dia 26), que o Banco Central e o Banco do Brasil sejam dirigidos apenas por funcionários de carreira. "Aí sim, haveria independência", afirmou o parlamentar, ao sustentar que não deseja o pior para o país, mas luta para que o Brasil tome uma rota de respeito e dignidade.Ele aludiu à instalação das CPIs do sistema financeiro e do Judiciário como sinais de mudança, visto que, em sua opinião, "há muito tempo elas dormitavam, impedidas de vir à luz, porque forças contrárias a seu funcionamento impunham esse silêncio". Na opinião do parlamentar, só a criação dessas CPIs já representa um arejamento para a economia nacional e para a sociedade brasileira.Lauro Campos se disse surpreso com os receios manifestados, ainda na Europa, pelo presidente Fernando Henrique Cardoso. Para o senador, entre esses receios está o de que algum banqueiro possa vir ao Senado contar algo inconveniente e "levantar a tampa daquilo que já sabemos há muito tempo". Entre as irregularidades apontadas, o senador referiu-se a Pérsio Arida e Maria Helena Landau, para dizer que no Brasil existem conluios bancários familiares. "Aqui se criam essas relações espúrias - marido, mulher e Banco Central; marido, mulher e BNDES", comentou ele. O parlamentar afirmou que, quando o governo submeteu à aprovação do Senado o nome de Francisco Lopes, este foi aprovado por unanimidade, inclusive pelo próprio Lauro Campos. "Eu mesmo cometi esse pecado, com medo de que algum Armínio Fraga viesse depois dele", afirmou o senador. Lauro Campos disse desconhecer que os encantos do dinheiro haviam desencaminhado Francisco Lopes.Ironicamente, o senador também disse ser conveniente que a CPI dos Bancos não investigue muito. "É bom não chamarem o Sr. Malan, porque ele pode falar a verdade, alguma verdade", afirmou ele. Para o parlamentar, vai ser difícil ver o Brasil sair da crise em que se encontra, mas um caminho plausível é a mudança no critério de escolha dos dirigentes do Banco Central e do Banco do Brasil. Daí por que ele defende que sejam escolhidos entre os funcionários de carreira.

26/04/1999

Agência Senado


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