Líder do governo admite que CPI causou desgaste





Líder do governo admite que CPI causou desgaste
Segundo o deputado Ivar Pavan, vai levar alguns meses para que “a população possa ser informada da verdade dos fatos”.

O relatório, segundo o presidente da CPI, Valdir Andres, vai indiciar pessoas por prática de atos ilegais. Mas o relator se impôs um exílio voluntário até a sua divulgação.

O líder do governo na Assembléia Legislativa, deputado Ivar Pavan, admite que os respingos da CPI da Segurança desgastaram a administração estadual. Segundo ele, "levará alguns meses para informar à população gaúcha a verdade dos fatos".

Pavan classificou a Comissão de "palanque eleitoral da oposição para as eleições do ano que vem". Para ele, a oposição tinha enorme dificuldade em se contrapor às ações do governo. "Onde eles atacavam, nós mostrávamos dados do governo deles para contradizê-los", afirmou.

JOGATINA- Pavan acusa a CPI de ter criado "alianças" com setores da jogatina, com advogados de bicheiros e com delegados suspeitos. 'A CPI se articulou com pessoas que tiveram os seus interesses contrariados dentro do governo do Estado."

A decisão de abrir a CPI da Segurança já existia desde 1999, afirma Pavan, acusando a oposição de ter deixado para o momento mais oportuno a sua instalação. Ele também considera "tendenciosa" a atuação do relator. "Para o juiz aposentado Luiz Francisco Barbosa, o relator fez uma única pergunta. Enquanto para as testemunhas em favor do governo era uma inquisição, uma tortura”.


Outra fita pode ser divulgada.
O presidente do MJDH (Movimento de justiça de Direitos Humanos), Jair Krischke, disse ontem que poderá apresentar à imprensa, ainda hoje, uma nova gravação envolvendo o governador Olívio Dutra e o vice, Miguel Rossetto. O teor da fita e a data em que foi gravada não foram divulgados pelo presidente do MJDH, que afirmou também desconhecê-los.

Segundo Krischke, a divulgação da gravação - em fita cassete - só depende da permissão da pessoa que a conseguiu, cujo nome não foi revelado. "Mas, ainda amanhã [hoje] ela dará uma resposta sobre a divulgação ou não da gravação', afirmou o presidente do MJDH. "Me parece que ela está inclinada a tomar pública a fita."

AUTORIZAÇÃO- Na sexta-feira, durante o depoimento do secretário da justiça e da Segurança, José Paulo Bisol, o presidente do MJDH afirmou que uma nova gravação poderia vir a público. A divulgação dependeria somente do que fosse dito no depoimento do secretário Bisol diante dos deputados da comissão. "Estamos falando com a pessoa que nos repassou a fita para ver se podemos divulgar", afirmou Krischke na noite de sexta.

Ontem, Krischke disse que a pessoa que tem a gravação não gostou nada do depoimento do secretário. "Ela considerou as declarações muito pesadas."


Fim do bate-boca. Agora, a guerra é nos tribunais
O final da CPI abre a temporada de ajuizamento de diversas ações decorrentes de acusações levantadas no processo

O governador Olívio Dutra voltou a criticar a ação da Comissão Parlamentar de
Inquérito e ameaçou: "As calúnias terão respostas nas barras dos tribunais."

Diversos processos serão ajuizados ao final da CPI da Segurança Pública, marcado para quarta-feira, com a apresentação do relatório final de Vieira da Cunha (PDT). Olívio Dutra voltou a criticar a CPI e anunciou, no sábado, durante o 15º Encontro Estadual do PT, que "as calúnias terão respostas nas barras dos tribunais".

O deputado Cezar Busatto (PPS) também anunciou que vai processar a deputada Maria do Rosário (PT) por calúnia e difamação. Por sua vez, ela avisou que vai encaminhar denúncia contra Busatto na Comissão de Ética da Assembléia por ofensas morais.


PFL não comanda mais o fenômeno Roseana Sarney
PFL lançou a governadora como candidata ao Planalto apenas como uma forma de fortalecer a sigla em todo o país

O PFL não dimensionava a capacidade eleitoral da maranhense. Com o crescimento, o PMDB já pensa em entrar como vice na chapa encabeçada por ela ao Planalto.

A candidatura da governadora do Maranhão, Roseana Sarney, à presidência da República, foi lançada como um balão de ensaio. O PFL não queria dimensionar sua capacidade eleitoral, mas apenas fortalecer o partido. A última pesquisa de intenção de voto da CNT/Sensus, porém, transformou o que era devaneio em realidade. Com 19,3% da preferência, ela só fica atrás de Lula na corrida ao Planalto.

Depois da surpresa, o secretário-executivo do PFL, Saulo Queiroz, avisou Roseana: "Prepare-se. Você não é mais dona de seu nariz. Nem você nem o PFL tem mais comando sobre isso".

A ascensão teve outros reflexos. O PSDB assiste, em crise, o crescimento da governadora, enquanto o PMDB passou a cobiçar cargo de vice em uma chapa encabeçada por ela.


Lula impõe ser candidato único
Há duas semanas, Luiz Inácio Lula da Silva reuniu os principais dirigentes do PT para comunicar que não vai disputar prévia com o senador Eduardo Suplicy (SP) e com o prefeito de Belém (PA), Edmilson Rodrigues, para a candidatura à Presidência, em 2002. "Não tenho dúvida de que se avizinha uma crise, porque Lula não está blefando", afirma o presidente do PT paulista, Paulo Frateschi, amigo do líder petista há 20 anos.

Diante do impasse, uma ala do PT acha que é preciso convencer Suplicy a desistir do páreo. Como isso é praticamente impossível, a cúpula pretende inscrever Lula na prévia à revelia dele.

Na verdade, Lula está irritado porque não quer um confronto público com Suplicy e com Edmilson. Radical, Edmilson não tem poupado críticas a ele, e chama sua posição de "autoritária". Nos bastidores, a avaliação é de que um embate com o senador desgastaria a quarta candidatura presidencial de Lula. Persistente, Suplicy garante que não desistirá.


Procurador suíço abre processo contra Maluf
Ex-prefeito tem contra si a pressão exercida pelo Ministério da Fazenda para que seja condenado por lavagem de dinheiro

O procurador suíço Jean Louis Crochet está abrindo processo de instrução contra o ex-prefeito paulistano Paulo Maluf (PPB) para apurar suas movimentações financeiras e de seus familiares naquele País e definir se elas caracterizam lavagem de dinheiro.

Segundo a revista Isto É desta semana, a papelada já foi encaminhada ao juiz Claude Wenger e, dependendo da decisão dele, Maluf, que já responde a dezenas de processos no Brasil, terá que se explicar também em Genebra.

Como se isso não bastasse, o ex-prefeito tem nos seus calcanhares o Ministério da Fazenda, que faz pressão contra ele na Suíça. A revista Época revela, também nesta semana, que o Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) do Ministério, joga todo o seu prestígio obtido junto a organismos internacionais para condenar Maluf por lavagem de dinheiro.

O fax com a informação da abertura do processo na Suíça chegou ao Ministério Público paulista no dia 1º deste mês.


Moderação marca a imagem atual do PT.
Os maiores investidores do mundo receberam, na semana passada, um relatório sobre o cenário político brasileiro preparado pelo Bank of America do Brasil capaz de deixar os petistas radicais de cabelo em pé.

Na avaliação dos analistas da tradicional instituição financeira, o PT hoje se aproxima do centro e, levando à risca o texto, parece ameaçar menos os interesses do capital estrangeiro do que a candidatura do governador de Minas Gerais, Itamar Franco (PMDB), que por ter declarado a moratória da dívida mineira representa risco aos investidores.

PESQUISA - As acusações contra o governo do Rio Grande do Sul não interferiram na avaliação que o eleitor brasileiro faz do PT. Pelo menos, até agora. Ao contrário das demais legendas, o PT é visto como um partido prioritariamente honesto, moderado e sincero.

A descoberta veio com a pesquisa, realizada pelo instituto Vox Populi, entre os dias 2 e 4 deste mês.
A exata metade dos entrevistados acredita na honestidade do PT. já 20% acham que o partido é tão passível de ser corrompido como outro qualquer. A dúvida paira por 31% das cabeças.

Marcos Coimbra, diretor do Vox Populi, compara os índices obtidos por Lula com os de outras legendas e diz que "no quesito honestidade, o PT tem um índice cerca de 40% maior que os demais partidos".

Ao contrário da imagem de radicalismo que marcou os primeiros tempos do partido, a pesquisa revela que 41% acham que os petistas de hoje formam uma legenda moderada, mas 39% não mudaram sua opinião. Coimbra explica o empate técnico justificando que "tem gente que entende por radical a defesa intransigente de princípios".

Seja lá qual for a interpretação dos entrevistados, Coimbra constata: 'A imagem juvenil do PT está diminuindo."


Editorial

Substituição inteligente

Cinco economistas do lpea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) fizeram um estudo, chamado "Substituindo o PIS e a Cofins - e por que não a CPMF'.."', onde defendem a tese de que o fim da cumulatividade das contribuições dana tratamento isonômico aos produtos nacionais e estrangeiros, diminuiria as importações em US$ 5,2 bilhões e ainda daria um ânimo às exportações es em US$ 800 milhões.

Todos sabemos que um fator corrosivo para as exportações brasileiras é a extraordinária carga tributária existente em nosso País, especialmente a cobrança de contribuições que incidem em cascata sobre a produção nacional.

Pois os economistas do lpea dizem que a troca do PIS, Cofins e CPMF por outra contribuição não cumulativa reduziria o custo administrativo dos cálculos sobre os quais os exportadores se debruçam hoje, perseguindo benefícios fiscais. Outro efeito positivo seria a substituição inteligente de importações e seu impacto sobre a retomada do crescimento econômico.

A medida seria especialmente saudável considerando a tendência recessiva da economia mundial - Japão, Estados Unidos, União Européia e países asiáticos estão com suas atividades econômicas em queda - o que tende a criar ainda mais obstáculos às exportações brasileiras.

A proposta dos economistas do Ipea, sob o ponto de macroeconômico, tem ainda outras vantagens: mantém a base de arrecadação e contribui para a melhoria da performance das contas externas, por meio de um desempenho bem mais favorável da balança comercial

Mas pelo visto o Governo Federal, que busca atender prioritariamente às suas necessidades de arrecadação fiscal, não tem interesse nesta mudança tributária, pois está impedindo a tramitação de um projeto semelhante à proposta do IPea, de autoria do deputado Michel Temer (PMDB-SP), já aprovado pela Comissão de Finanças da Câmara.


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11/12/2001


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