Líderes do PDT optam por Rigotto









Líderes do PDT optam por Rigotto
Em meio a um intenso debate, deputados estaduais e federais do partido aderiram à candidatura do peemedebista

Com a escolha de voto liberada pela direção nacional, deputados estaduais e federais do PDT, além dos seis vereadores do partido na Capital, aderiram publicamente à candidatura de Germano Rigotto (PMDB) ao Palácio Piratini.

As exceções são o deputado federal Airton Dipp, que não apóia nenhum dos dois pretendentes ao cargo de governador, e o presidente do partido, Pedro Ruas, que defende a liberação dos filiados, mas pessoalmente vota em Tarso Genro (PT).

– Quero distância da candidatura Tarso, mas quero, da mesma maneira, distância da candidatura Rigotto – afirmou Dipp na noite de segunda-feira, durante reunião na sede estadual do partido.
Parlamentares do movimento pró-Rigotto ainda têm esperança de que o partido assuma oficialmente o apoio ao peemedebista, revertendo a decisão de liberar o voto.

– Pretendo conversar com Brizola sobre o assunto – disse o deputado estadual Giovani Cherini.
Um documento assinado pela bancada, solicitando o diálogo, foi divulgado ontem. A conversa com o presidente nacional do PDT, Leonel Brizola, poderá ocorrer ainda esta semana. Falando de Montevidéu, por telefone, com Zero Hora no final da noite de segunda-feira, o líder trabalhista disse estar disposto a debater o tema publicamente. Ele advertiu, porém, que quem insistir em tornar oficial o apoio do partido a qualquer um dos candidatos será submetido à comissão de ética. Brizola advertiu que o apoio formal a Rigotto será interpretado como alinhamento com o governo federal:
– A direção nacional liberou os filiados para que votem de acordo com suas consciências na eleição para governador, mas entende que quem insistir no apoio formal a Rigotto estará prestando um desserviço ao partido.

Ontem, a procedência do aviso foi questionada por deputados estaduais.
– São palavras do próprio Brizola? – perguntou a assessora de um dos deputados, sintetizando a dúvida de outros parlamentares.

Os deputados suspeitavam que a manifestação teria sido do presidente estadual, Pedro Ruas. Na reunião de segunda-feira, Ruas invocou a determinação nacional e recusou-se a colocar em votação a adesão oficial a Rigotto. Também participaram do encontro coordenadores regionais e prefeitos. Cerca de 80% dos pronunciamentos foram favoráveis ao peemedebista, segundo um índice calculado pelo próprio Ruas. No início da reunião, bandeiras promocionais da candidatura foram distribuídas aos presentes. Ocorreram ainda intervenções em favor do apoio a Tarso.

Um dos apoios mais importantes a Rigotto partiu do deputado estadual Vieira da Cunha, campeão de votos do partido na Assembléia Legislativa. Na semana passada, Vieira tinha reservas em dar sustentação ao candidato do PMDB, lembrando a vinculação com José Serra (PSDB), que enfrenta Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para a Presidência da República. O voto no petista para o Palácio do Planalto, outra determinação do comando nacional, enfrenta poucas resistências no PDT.

– Somos oposição lá e aqui. É Lula lá e Rigotto aqui – afirmou Vieira.


Novo deputado faz cirurgias astrais
Eleito para a Assembléia com quase 33 mil votos, Marlon Santos diz incorporar os espíritos de dois médicos estrangeiros

Para alguns, ele é um sujeito que abusa da fé do povo. Para milhares de pessoas, em busca de cura para doenças do corpo e do espírito, Marlon Santos, 27 anos, é o homem que tem o dom de aliviar os sofrimentos alheios.

Desde 6 de outubro, o mais famoso médium de Cachoeira do Sul é também o único deputado estadual eleito pelo PFL gaúcho.

Com 32.845 votos (13.939 em Cachoeira), ele chega à Assembléia no rastro de um fenômeno de popularidade e de polêmica. O rapaz afirma incorporar os espíritos de dois médicos estrangeiros, mortos há anos. A fama de curandeiro criou uma inédita situação na cidade, na região do Vale do Jacuí, distante 199 quilômetros da Capital: uma vez por semana, aos sábados, dezenas de ônibus vindos de várias localidades do Estado despejam mais de 1,2 mil doentes nas portas do centro de curas mantido por Marlon.

As cirurgias mediúnicas tornaram-se famosas há cerca de 10 anos. Tomado pelos espíritos de um médico espanhol chamado Suzzenn e do alemão Richard Stan, Marlon usava canivetes, bisturis, garfos e agulhas de crochê para fazer pequenas incisões, sem anestesia, em seus pacientes. Chegava a fazer 70 operações por sessão.

Com a fama, veio a polêmica. Denunciado pelo Conselho Regional de Medicina, Marlon entrou na mira do Ministério Público. Em 1998, sua prisão em flagrante por exercício ilegal da medicina provocou uma mobilização popular em Cachoeira. Centenas de pessoas aglomeraram-se em frente à delegacia – rezando em voz alta – para pedir sua libertação. No ano passado, ele foi condenado a 370 dias de prisão em regime semi-aberto, mas teve a pena revertida para uma multa de 36 salários mínimos. O pleno do Tribunal Regional Eleitoral negou o pedido de impugnação de sua candidatura.

Apesar dos confrontos com a Justiça, o médium nunca se intimidou. Continua atendendo os doentes. Desde a condenação, porém, afirma ter parado com as cirurgias que envolvem corte.
– Foi uma decisão para evitar uma afronta à Justiça. Mas um dia espero que universidades possam estudar essas cirurgias, para que não se deixe morrer o trabalho – diz.

A fama de Marlon começou quando ele tinha apenas três anos. Durante a seca de 1978, em Porteira Sete, na zona rural de Cachoeira, espalhou-se entre colonos da região a versão de que o garoto – filho dos agricultores Arlindo e Delza – tinha o poder da cura. Começou então o assédio dos vizinhos. Marlon diz que só aos 16 anos começou a se dar conta de sua mediunidade. Hoje, na sala de sua casa, ele coleciona troféus e certificados de agradecimentos. Um quadro na parede alinha um desenho de seu rosto com o de um dos médicos incorporados por ele.


Desenganados buscam a cura
Há quatro anos, pelo menos uma vez por mês, a dona de casa Enerdina Ribeiro, 63 anos, deixa Gravataí às 5h50min e paga R$ 25 por uma excursão de ônibus até Cachoeira. Vai em busca de tratamento com o médium Marlon Santos. Ela sofria de uma dor de cabeça crônica e conta ter ficado curada depois de uma cirurgia espiritual.
– Na hora, me aliviou a dor – diz.

Enerdina continua freqüentando o centro em razão de dores nos rins e na vesícula.
Os dois armazéns amplos e úmidos que funcionam como sede para o centro de curas de Marlon estão apinhados de histórias semelhantes, de pessoas desenganadas pelos médicos que procuram ali uma última esperança. O primeiro pavilhão é uma espécie de recepção. Na entrada, bancas de camelôs vendem desde imagens de santos até equipamentos paraguaios.

São dois horários de atendimento: pela manhã, a partir das 8h, e à tarde, a partir das 13h. Quem fica no intervalo pode comer sopa a R$ 3. Os pacientes formam filas para ingressar no segundo pavilhão. Marlon só entra quando todos já estão lá dentro. O médium veste um jaleco branco. Os ventiladores são desligados. Faz muito calor, mas ninguém parece se importar.

Marlon pede silêncio e reza o Pai-Nosso. Depois, fala durante meia hora sobre os males do corpo, provocados, segundo ele, pela falta de conhecimento do homem sobre si mesmo:
– A fé aqui não colabora em nada. Para os médicos espirituais, interessa a tua evolução.

Antes de retirar-se a uma sala onde diz incorporar os espíritos, avisa:
– Não peçam cirurgia de corte, não insistam.

Marlon não permite que o momento da incorporação seja acompanhado pela equipe de ZH. Ele fica menos de 20 segundos na sala e retorna, supostamente já possuído pelo espírito do médico. Senta-se a uma mesa. Em fila, os doentes passam por ele. A expressão do médium não se altera, ele fala pouco, limita-se a perguntar a doença da pessoa e a segurar seu pulso, como se medisse batimentos cardíacos. Numa folha de papel, anota dia e horário de uma cirurgia que será feita “à distância”, sem a presença física do médium.

Os casos mais graves são submetidos ali mesmo a uma “cirurgia astral”: o paciente deita numa maca e fica em repouso. O simples descanso já corresponderia a uma operação cirúrgica – sem cortes.

Na saída, há uma caixinha para contribuições espontâneas. A R$ 10, é vendido o livro A Cura, escrito pelo próprio Marlon.


Candidato do PMDB pede mobilização
A exemplo do que fez na semana passada em um jantar com prefeitos na Churrascaria Nova Bréscia, o candidato do PMDB a governador, Germano Rigotto, voltou a incentivar os militantes ontem à tarde numa reunião que lotou o salão do Clube Caixeiros Viajantes, em Porto Alegre.
Com a camisa encharcada de suor, Rigotto foi colocado sobre uma das mesas, onde, ao microfone, pediu dedicação a seus apoiadores para vencer a eleição do dia 27.

– Contar com centenas de vocês numa tarde quente como esta servirá como um divisor de águas na campanha deste segundo turno. Vejo que temos disposição para esta luta, com garra e determinação, e que traremos um resultado positivo no dia 27 – disse.

Diante do candidato, estavam os presidentes dos partidos que o apóiam, vereadores, prefeitos, vice-prefeitos, deputados estaduais e federais eleitos.


Tarso vincula adversário a Britto
Vincular Germano Rigotto ao ex-governador Antônio Britto e ao presidente Fernando Henrique Cardoso foi a estratégia utilizada ontem pelo candidato do PT a governador, Tarso Genro.
Ao conceder uma entrevista à rádio Pop Rock, o petista afirmou que sua candidatura representa um projeto claro, que vai mudar o Brasil com a eleição de Lula, enquanto Rigotto representa a candidatura de Serra e os governos de Fernando Henrique Cardoso e Antônio Britto.

Tarso disse ainda que a posição de Rigotto nas pesquisas não tem consistência, já que os eleitores pouco sabiam sobre a atuação do peemedebista como deputado e de seu papel como um dos principais articuladores de FH no Congresso Nacional.

Ontem, enquanto Tarso concedia entrevistas na Capital, seu candidato a vice, Miguel Rossetto, o atual deputado federal Marcos Rolim e o eleito para a Câmara Paulo Pimenta fizeram campanha pelas ruas de Santa Maria.


Ibope mostra Lula na frente
O candidato presidencial do PT tem 60% das intenções de voto, e Serra alcança 31%

Em levantamento do Ibope divulgado pelo Jornal Nacional, da Rede Globo, o candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, tem 60% das intenções de voto. O candidato do PSDB, José Serra, aparece com 31%.

Lula está 29 pontos percentuais à frente de Serra. Os votos brancos e nulos somam 4%, e os indecisos, 5%.

A pesquisa, a primeira feita pelo Ibope depois do primeiro turno da eleição presidencial, indica que, se o pleito fosse hoje, Lula teria 66% dos votos válidos, excluindo brancos e nulos. Serra teria 34%.

O Ibope apurou ainda que o petista obtém a maior vantagem sobre o candidato tucano na Região Sudeste, onde os dois se iniciaram na política. Lula tem 61%, e Serra, 27%. No Nordeste, Lula tem 64%, e Serra, 30%. No Norte e no Centro-Oeste, o candidato do PT atinge 57%, e o do PSDB, 36%. É na Região Sul que a diferença entre os dois concorrentes à sucessão do presidente Fernando Henrique Cardoso fica menor. Lula teria 54% nos três Estados sulistas (Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul), e Serra, 38%.

O índice do petista se computados os votos totais é o mesmo apurado pela pesquisa Vox Populi divulgada no domingo pelo jornal Correio Braziliense. Naquele levantamento, porém, Serra, tinha 30% de intenção de voto.

Na coleta de dados da pesquisa divulgada ontem pelo Jornal Nacional, o Ibope ouviu 3 mil pessoas entre os dias 12 e 14 em 203 municípios. A margem de erro é de 1,8 ponto percentual para mais ou para menos.


Petista e Bovespa preparam texto para acalmar mercado
O comitê de campanha do PT marcou para amanhã o lançamento de um documento de compromisso entre o candidato Luiz Inácio Lula da Silva e a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa).

O objetivo do texto, que será apresentado na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), é acalmar o mercado financeiro.

O documento será lançado no dia do vencimento de cerca de US$ 3,6 bilhões de títulos da dívida pública com correção cambial. O vencimento dos títulos leva investidores a pressionar por uma alta no dólar a fim de aumentar seu ganho.

Na segunda-feira, nem mesmo a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central de elevar a taxa básica de juros da economia de 18% para 21% ao ano foi suficiente para conter a escalada do dólar. O avanço, entretanto, foi menor do que o registrado na máxima do dia 10, quando a moeda foi vendida a R$ 3,93 na expectativa pelo anúncio do Banco Central (BC).
O documento – elaborado em conjunto com a Associação Brasileira dos Analistas do Mercado (Abamec) e pelo Instituto Brasileiro de Mercados de Capitais (Ibmec), além de 19 entidades, como as Bolsas de Valores – prevê ações específicas “para que o mercado de capitais brasileiro possa desempenhar sua missão com eficiência”. O documento justificava que a missão desse mercado é ajudar na “retomada e sustentação do crescimento econômico, geração de empregos e democratização de oportunidades e do capital”, além de “mobilizar recursos de poupança oferecendo alternativas de investimento seguras e rentáveis”.

A idéia do grupo de trabalho PT-Bolsa surgiu por iniciativa do próprio Lula durante sua visita à instituição, no dia 5 de agosto. O objetivo da iniciativa é elaborar propostas consensuais para “resgatar” a Bolsa, que opera com volume de negócios bastante inferior ao de sua média histórica. Os petistas esperam que a divulgação do documento seja suficiente para dar mais uma demonstração ao mercado de que Lula teria maturidade para o diálogo e que não seriam justificadas as incertezas relacionadas a sua candidatura, que também estão sendo usadas como justificativa para a escalada do dólar.

Em junho, o PT divulgou a Carta ao Povo Brasileiro, documento por meio do qual prometeu honrar dívidas e cumprir acordos internacionais. O partido avalia agora a necessidade de reeditar a carta, já que a crise do dólar pode prejudicar a campanha.


Lula e Serra trocam ataques
Ataques ao governo petista no Rio Grande do Sul e referência ao episódio da saída da montadora da Ford do Estado foram exploradas no horário eleitoral da noite de ontem pelo candidato tucano à Presidência, José Serra. Exibindo imagens do terreno da fábrica em Guaíba, o candidato destacou que se o PT vencer isso poderá ocorrer em todo o país. Mesmo destacando propostas para a educação, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) manteve o tom emocional da propaganda. O minuto final do programa petista foi ocupado com a música Amanhã, de Guilherme Arantes, interpretada por Caetano Veloso. Veja os principais destaques do programa:

Lula
Aproveitando o Dia do Professor, o candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) usou seu programa eleitoral da noite para falar de educação. Disse que a área precisa de mais “qualidade”. Com depoimentos de alunos, pais e professores, Lula fez críticas ao Ensino Fundamental, dizendo que “mães comentam” com ele sobre alunos que chegam à 6ª Série sem saber escrever.
– Não basta ensinar. É preciso ter certeza de que o aluno aprendeu – disse Lula, que prometeu ampliar de 5% para 7% do PIB a verba para a educação.

Lula propôs garantir 30% das vagas das universidades públicas para estudantes de escolas públicas e cotas para negros.

À tarde, Lula falou sobre saúde. Ele prometeu reorganizar o sistema de saúde de forma a dar mais qualidade e rapidez ao atendimento.

Serra
O caso da transferência da Ford para a Bahia foi usado ontem no programa de José Serra (PSDB). O texto dizia que o governo do Estado havia perdido a montadora, mas que pelo menos ela havia ficado no país.

– E o PT no governo federal não vai fazer com que investimentos se transfiram para outros países? – questionou o narrador.

Serra também afirmou que em um provável governo seu, o dólar se manterá baixo.
– Minhas propostas para a economia são claras – disse o tucano.

Imagens de mulheres grávidas usadas pelo programa do candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, foram mostradas por Serra, ao mesmo tempo que enumerava ações suas pela saúde da mulher quando comandava a área.

À tarde, o programa tucano mostrou apoio de líderes políticos à candidatura de Serra.

Rigotto
A situação dos servidores públicos e uma homenagem aos professores foram os temas abordados pelo candidato Germano Rigotto (PMDB) ontem. O candidato criticou os baixos salários recebidos atualmente pelo funcionalismo e apresentou as propostas do PMDB para o setor e para a educação. O candidato destacou que três áreas fundamentais – saúde, educação e segurança – têm 80% de seus serviços prestados por funcionários públicos.

Propostas para a educação
• Aumento de vagas no Ensino Médio
• Ampliar a rede de creches
• Fortalecer o Ensino Profissionalizante

Tarso
O programa da Frente Popular mostrou uma edição do debate de segunda-feira na TV Bandeirantes, com os candidatos falando sobre desenvolvimento econômico, privatizações e guerra fiscal. Tarso também homenageou os professores em seu dia, destacando as ações do governo do Estado nesta área. De acordo com o programa, o governo Olívio reestruturou o plano de carreira do magistério e contratou 24 mil novos professores.

À tarde, o governador Olívio Dutra apareceu enumerando as realizações de seu governo na área de oferta de emprego. De acordo com o programa do PT, o governo gerou em quatro anos 406 mil novos postos.


Tasso faz campanha com Serra no interior do Ceará
Na primeira vez em que visitou o Ceará após a polêmica dissidência branca decretada pelo ex-governador Tasso Jereissati (PSDB) no primeiro turno, o candidato tucano José Serra recebeu o apoio do ex-governador e de cerca de 90 prefeitos do Estado.

O candidato do PSDB ao governo do Ceará, Lúcio Alcântara, porém, deixou claro que não vincula sua candidatura à de Serra.

Serra se encontrou com Tasso em Fortaleza. Juntamente com o líder do PSDB no Senado, Geraldo Mello (RN), seguiu com o senador eleito em outro avião. Em Quixadá, percorreram as ruas em carro aberto.

Tasso pediu dedicação para a eleição de Serra. Em seu discurso, explicou que no primeiro turno “ficou impossibilitado de se dedicar à campanha de Serra”, referindo-se ao fato de o amigo Ciro Gomes (PPS) também ter sido candidato.

Serra ressaltou que é o candidato com mais competência para fazer as mudanças que o país precisa:
– Nós vamos fazer mudança. O PT não faz mudança no governo. O PT não é partido de esquerda. É partido corporativista essencialmente e, quando chega ao governo, não sabe direito para onde ir.


CUT chama Regina Duarte de “terrorista”
A Central Única dos Trabalhadores (CUT) divulgou ontem carta aberta à atriz Regina Duarte, em que diz que ela “prestou-se ao papel de terrorista e/ou patrulheira do voto”, ao manifestar, no programa de José Serra (PSDB), seus temores sobre uma eventual vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

“Já transcende não só o direito, mas até a dignidade, prestar-se ao papel de terrorista e/ou patrulheira do voto”, afirmou o presidente da CUT, João Felício, no documento.

Antes, ele ressaltou ser “inalienável” o direito de a atriz defender seus próprios pontos de vista e também inquestionável sua decisão de fazer campanha para Serra.


MP responsabiliza deputado por desvio de recursos públicos
Marco Peixoto teria recebido dinheiro da Lei de Subvenções

O deputado estadual Marco Peixoto (PPB), um de seus assessores e os presidentes de quatro entidades de moradores e profissionais de Santiago foram responsabilizados pelo Ministério Público (MP) pelo desvio de pelo menos R$ 26 mil.

Segundo o MP, o dinheiro seria referente a repasses da Lei Estadual de Subvenções aprovados pelo deputado entre 1995 e 2001. A investigação dos promotores Sérgio Diefenbach, Adriano Zibetti e Luiz Antônio Barbará Dias concluiu que a verba era retirada pelos presidentes de associações e entregue ao assessor de Peixoto, que intermediava a divisão dos recursos: uma pequena parte seria distribuída entre as entidades, e o restante ficaria no gabinete do deputado, reeleito para o quarto mandato.

No caso mais recente, que deu origem ao processo, R$ 25 mil seriam destinados à Associação de Bairros de Santiago em 2001. De acordo com a investigação, a entidade teria ficado com apenas R$ 8 mil, enquanto os R$ 15 mil restantes teriam sido entregues a Peixoto.

Além de terem sido enviadas com atraso à Assembléia Legislativa, as prestações de contas apresentavam irregularidades: foram usadas notas simuladas para justificar a aplicação dos recursos.

Foram encontrados problemas em outros três repasses. No primeiro, de R$ 4 mil, Peixoto teria ficado com R$ 1 mil. Do segundo, de R$ 9,7 mil, os envolvidos não souberam explicar quanto teria sido destinado às entidades, apenas que a maior parte teria sido repassada ao deputado. E na terceira, de R$ 12 mil, Peixoto teria ficado com R$ 10 mil.

Os presidentes das associações foram responsabilizados, de acordo com o promotor, por terem sido coniventes no processo. Segundo Diefenbach, em depoimento ao MP, Peixoto teria dito que a negociação era feita por sua assessoria e que não tinha conhecimento do recebimento de parte do dinheiro. Também em depoimento, os presidentes de associações alegaram que precisavam dos recursos para manter as entidades, e por isso concordavam com a negociação.


Artigos

Novos rumos para a economia
Pedro Cezar Dutra Fonseca

A substituição de importações voltou à moda. Os dois candidatos concorrentes no segundo turno à Presidência da República, ávidos em demarcar diferenças em outras áreas, propõem em seus programas retomar este modelo de desenvolvimento.

Vale lembrar que por substituição de importações costuma-se denominar o modelo de desenvolvimento seguido pelo Brasil de 1930 ao final da década de 1970, centrado na industrialização acelerada. Sua lógica básica consistia fundamentalmente em detectar-se quais os itens da pauta de importações do país que poderiam ser produzidos internamente. Abria-se, então, uma regra de convivência entre Estado e setor privado, numa verdadeira simbiose entre ambos. Para o governo, substituir importações significava poupar dólares escassos e amenizar as crises recorrentes do balanço de pagamentos; para o empresário, investir em um quadro de pouco risco, pois ao governo cabia incentivá-lo com os mais variados instrumentos, desde isenções fiscais e juros subsidiados até reservas de mercado e barreiras alfandegárias. Este arranjo institucional supõe, portanto, um setor público saneado; nele, a produtividade e a tecnologia são secundários, pois a produção dirige-se sobretudo a um mercado interno relativamente fechado.

A proposta dos candidatos não é descabida, e até pode ser aproveitada como uma boa idéia

Isto posto, fica difícil sonhar com a volta da substituição de importações aos moldes dos velhos tempos, pois nem as condições nacionais nem as internacionais permitiriam sua viabilidade. Mesmo assim, a proposta dos candidatos não é descabida, e até pode ser aproveitada como uma boa idéia, desde que colocada em seu devido lugar, ou seja, caso não tenha a pretensão de ser um novo modelo globalizante, mas uma política pragmática de detectar ramos específicos em que as importações cresceram significativamente nas últimas duas décadas e onde há ampla possibilidade de incrementar a produção interna sem recorrência aos vultosos incentivos do passado, hoje difíceis de serem bancados pelo setor público. O fato positivo é que ocorreria em uma economia já mais aberta, em ambiente de maior concorrência, incitando a adoção de inovações e a produtividade crescentes. Desde logo não se trataria de uma indústria para atender exclusivamente a um mercado interno “fechado”, pois incitada a buscar desde sua implantação a competitividade internacional, como tão bem o Brasil consegue em ramos que vão dos tradicionais calçados e frangos até aço, telefones celulares e aeronaves.

Com isto, romper-se-ia a dicotomia que sempre acompanhou o processo de substituição de importações no Brasil, entre produzir para mercado interno ou para exportação. Assim entendida, a proposta dos candidatos perderá seu ar saudosista e inserir-se-á em uma nova lógica econômica, bem diferente da do passado, com maiores chances de reverter a concentração de renda e os indicadores sociais perversos que o processo de substituição de importações no Brasil, antes de reverter, contribuiu historicamente para aprofundar.


Colunistas

ANA AMÉLIA LEMOS

Ficamos mais pobres
Boa parte do empresariado reagiu mal à decisão do Banco Central em aumentar as taxas de juros que agora se consolidam como as mais altas do mundo. O custo da medida será pago pelos consumidores e também pelo comércio e pela indústria, estima o presidente da Fiergs, Renan Proença, que ontem tomou posse como vice-presidente da CNI – Confederação Nacional da Indústria, em cerimônia que teve o prestígio das presenças de Fernando Henrique Cardoso e dos representantes de José Serra e Luiz Inácio Lula da Silva. “Não sou economista, mas a minha percepção era de que algo deveria ser feito para neutralizar a crise cambial”, ponderou o empresário, admitindo que com taxas de juros asfixiantes e dólar nas alturas “ficamos mais pobres”.

Ao contrário do que dizem especialistas, Renan Proença, cuja empresa exporta 12% da produção, nega que dólar sobrevalorizado seja bom para exportar porque desequilibra o fluxo do comércio. O líder empresarial vê riscos que podem comprometer o ganho da estabilidade da moeda por conta do desequilíbrio das contas públicas, mesmo considerando o superávit comercial de US$ 10 bilhões este ano.

Realista, Renan Proença admite que o impacto da decisão do Banco Central sobre a economia não será tão grave quanto os analistas estão prevendo porque a demanda por crédito e por produtos, ante a crise, já era menor. Como o cenário não é muito animador, o presidente da Fiergs que acaba de voltar de uma produtiva incursão pela União Européia e pelos países do Leste Europeu que, a partir de 2004, entrarão no Bloco, acredita que uma das alternativas para o Brasil está nas alianças com esses parceiros.

Existe, segundo Proença, um volume incalculável de recursos europeus para projetos em todas as áreas, tanto para o setor público quanto privado. Também vislumbra como inadiável a criação de bases operacionais e industriais na Europa, como fez a Azaléia que montou uma unidade em Praga (República Checa) para distribuição na região.


JOSÉ BARRIONUEVO

Aqui tem debate
O Rio Grande tem uma história de debates desde a eleição de 1974, no confronto entre Paulo Brossard e Nestor Jost na disputa de uma vaga de senador. Mesmo favorecido por uma vantagem de 22 pontos no Ibope, Germano Rigotto fez bem em aceitar o debate com Tarso Genro, resistindo aos conselhos de sua assessoria para que fizesse o mesmo número de confrontos aceitos por Lula na disputa presidencial com Serra.

Duas posturas – O debate na TV Bandeirantes, conduzido por Felipe Oliveira, foi de bom nível e permitiu avaliar duas histórias, duas propostas e, o que é importante num Estado em guerra, duas posturas políticas.

Tarso reforça equipe
Com o término do primeiro turno, Tarso reforçou sua equipe, agora integrada por Paulo Pimenta, eleito deputado federal, e abriu espaço para dois integrantes de Caxias do Sul: Caleb de Oliveira, que concorreu ao Senado pelo PSB, e o prefeito Pepe Vargas, que cuida até da aparência de Tarso, como a melhor posição da gravata. Pepe derrotou Rigotto na disputa da prefeitura em 1996.

• Rigotto cumpriu agenda intensa, numa sucessão de reuniões com novos aliados, interrompidas na hora do debate. Não se preparou. Ficou na defensiva.

• Tarso chegou light, com banho tomado, estratégia definida, mostrando domínio dos assuntos, jogando com convicção números que muitas vezes não correspondiam à realidade. Partiu para a ofensiva, pautando o debate, sem maiores questionamentos do adversário.

• Com a necessidade de reverter uma tendência favorável a Rigotto, Tarso exagerou no esforço em demonstrar saber, preparo. Loquaz, deixou repassar uma idéia de soberba. Do tipo magister dixit.

• Mudando a estratégio do primeiro turno, Tarso decidiu colocar Olívio Dutra não apenas no programa de propaganda eleitoral, mas também rasgou elogios à obra do atual governo. Fica uma perguntinha que não quer calar: se o governo é tão bom, porque não deixou que Olívio fosse candidato à reeleição?

Setor primário mais representado
Se por um lado Frederico Antunes ampliou sua votação como representante do setor agropecuário na Assembléia e a bancada rural gaúcha na Câmara, de Luis Carlos Heinze e Augusto Nardes, recebeu o reforço de Francisco Turra e Érico Ribeiro (todos do PPB), por outro cresceu também a representação dos sem-terra e dos pequenos agricultores nos partidos de esquerda. Dionilso Marcon retornou com 44.633 votos, apenas 216 a menos que frei Sérgio (44.849), pelo PT. Com um perfil diferenciado, Heitor Schuch foi eleito pelo PSB com 39.886 votos, tendo o apoio da Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag), cuja presidência deixou para ser candidato.

Frei Sérgio substitui padre Roque na AL
A Igreja Católica preserva uma cadeira na Assembléia com a eleição de frei Sérgio Görgen (PT), eleito pelo MST e pelo Movimento dos Pequenos Agricultores. Substitui padre Roque Grazziotin, também do PT, que não se elegeu, prejudicado pelo fenômeno Rigotto na Serra, sua base eleitoral. Frei Sérgio visitou a Assembléia, onde se encontrou com seu futuro colega, Heitor Schuch, do PSB, também representante dos pequenos agricultores.

Turra com FH
Francisco Turra será recebido pelo presidente da República na segunda, às 17h, numa audiência individual. FH receberá seis ex-ministros que se elegeram.
Sem mandato e sem cargo, o ex-ministro da Agricultura comeu o mingau pelas bordas. Quieto, conquistou 100.527 eleitores, tendo 61% dos votos válidos de Marau, sua terra, hoje governada pelo PT com vice do PMDB. Em 1998, Turra ficou como primeiro suplente do PPB.

‘Esquerda’ supera divergência no PT
Em encontro realizado ontem em São Paulo, representantes da ultra-esquerda do PT decidiram deixar de lado as divergências que têm com a ala majoritária do partido com um propósito: eleger Lula presidente. O grupo está disposto a ter posições próprias num eventual governo petista, mas, para não atrapalhar a campanha, elas só serão f irmadas em um novo encontro, após as eleições.
As discussões sobre a postura da ala radical do PT – que inclui 26 dos 91 deputados federais eleitos pelo partido – ocorrerão no dia 29, no Rio de Janeiro. A deputada Luciana Genro, filha de Tarso, foi a mais procurada pelas agências de notícias para entrevistas.

PDT leva posição a Brizola
Insatisfeitos com a posição murista da executiva estadual, comandada por Pedro Ruas, todos os deputados do PDT decidiram tomar uma posição formal de apoio a Germano Rigotto, assinando um documento a ser encaminhado a Leonel Brizola. Também caxiense como o candidato a governador, Kalil Sehbe chegou a fazer uma pesquisa no encontro de segunda-feira à noite, quando o comando apenas liberou os filiados: 95% dos presentes queriam que o partido assumisse o apoio ao peemedebista.

Deputado lembra traição do PT
Kalil lembra que o PT, além de não abraçar nenhuma bandeira do PDT no período em que integrou a coalizão governista, Olívio Dutra destinou apenas 1,4% do orçamento às secretarias nas mãos do partido, executando menos de 1% do previsto.

O deputado acredita que Brizola será decisivo na construção do entendimento.


ROSANE DE OLIVEIRA

Cadeira vazia
Um mau desempenho em debate não é pior para o candidato do que a cadeira vazia. No primeiro turno, uma cadeira vazia em meio a várias ocupadas por candidatos de partidos nanicos não tem maior repercussão. São comuns os casos de candidatos eleitos no primeiro turno sem participar de um debate sequer. No segundo turno, dependendo da forma como o adversário explorar essa ausência no horário eleitoral, pode provocar estragos até em candidaturas sólidas.

Na segunda-feira, Germano Rigotto hesitou entre deixar a cadeira vazia e participar, cansado e suado, do debate na TV Bandeirantes. A equipe de Tarso Genro já se preparava para gravar imagens da cadeira vazia – e do candidato sendo entrevistado pelo jornalista Felipe Vieira – quando Rigotto enfim confirmou sua presença. Tarso explorou sua participação na propaganda eleitoral, exibindo trechos em que teria se saído melhor, mas a repercussão é infinitamente menor do que seria se mostrasse uma cadeira vazia e rotulasse o adversário de fujão.

Rigotto quer limitar o número de debates com o mesmo argumento usado por Luiz Inácio Lula da Silva para confirmar sua participação apenas no confronto da TV Globo, na antevéspera da eleição. Diz que precisa reservar tempo para a gravação de programas e para outras atividades da campanha, como viagens ao Interior. A diferença entre os dois é que no caso de Lula nenhuma emissora manifestou disposição para realizar um debate à revelia do candidato.

É diferente a situação no Rio Grande do Sul. Fracassou a tentativa de acordo para limitar o número de debates, e Tarso já avisou que participará de todos para os quais for convidado. A TV Educativa marcou seu debate para domingo – com ou sem Rigotto.

O debate é uma oportunidade singular para o confronto de idéias, mas convenhamos que o que se viu até agora tem a profundidade de um copo d’água. Os temas se repetem e as respostas, na maioria das vezes, são evasivas – até porque o objetivo do candidato que pergunta é, geralmente, colocar uma casca de banana no caminho do adversário. Por essas e outras, será interessante acompanhar o debate entre Lula e Serra na Globo, sem perguntas de candidato para candidato. As 16 perguntas previstas serão formuladas por um grupo de 50 eleitores indecisos.


Editorial

A FOME E O FUTURO

Os relatórios internacionais dos últimos anos têm mostrado, de maneira reiterada, os aspectos negativos da realidade da América Latina. Estudos sobre o estado da economia ou sobre os mais diversos aspectos sociais exibem quase sempre as terríveis carências que o continente apresenta. Assim, não pode deixar de ser destacado o relatório deste ano da Organização da ONU para a Alimentação e a Agricultura (FAO), ontem publicado, que revela ter diminuído em todos os países do continente – com exceção de três – o número de pessoas que passam fome. No documento sobre O estado da insegurança alimentar no mundo 2002, a percentagem das pessoas que sofrem de desnutrição baixou de 13%, no biênio 1990-1992, para 11%, no último levantamento concluído em 2000.

O documento, que foi liberado para coincidir com o Dia Mundial da Alimentação, hoje celebrado, mostrou que em apenas três países do continente a tendência foi de aumento da desnutrição e da fome (Guatemala, El Salvador e Cuba), ao contrário dos demais que, com ampla variação de índices, mostraram avanços. A boa notícia não pode deixar de ser acompanhada de uma advertência: se a humanidade quiser efetivamente atingir a meta de reduzir à metade a fome e a desnutrição até 2015, como pretendem a FAO e a ONU, os esforços terão que ser muito maiores e os avanços mais efetivos. O estudo da FAO, mesmo com os indicativos de que fome e desnutrição caíram, não deixa de relatar um quadro mundial dramático sintetizado na informação de que 25 mil pessoas morrem por dia por falta de comida.

A existência de 840 milhões de famintos no mundo depõe contra a civilização

Trata-se de uma tarefa gigantesca e de um desafio. O diretor-geral da FAO, Jacques Diouf, afirma na apresentação do relatório que não há desculpas aceitáveis para conviver com um mundo no qual há mais de 840 milhões de famintos. Já não se pode dizer que faltam condições técnicas ou de conhecimento para produzir o alimento suficiente para a comunidade humana. “O que precisamos demonstrar é que nos importamos com o destino das pessoas famintas”, disse Diouf ao propor que os gestos dos governos e das organizações multilaterais ultrapassem a fase “da pura retórica”. Tal advertência é especialmente oportuna face à constatação de que a tendência de redução da fome já foi maior do que a que hoje se registra, comprometendo os esforços que ainda precisam ser iniciados nessa luta e na conquista de alimentos mais saudáveis e mais baratos.

O Brasil, com sua tradição no setor primário e suas imensas fronteiras agrícolas, tem duas missões nessa área: a primeira de fazer a sua parte na redução da desigualdade, do desemprego e da miséria, colaborando para que os brasileiros com fome não ampliem as terríveis estatísticas da FAO. A segunda de colocar sua potencialidade de produzir alimentos a serviço dessa causa da humanidade.


Topo da página



10/16/2002


Artigos Relacionados


Líderes partidários optam por CPI mista para investigar Cachoeira e parlamentares

Aécio e Rigotto vão negociar subteto com líderes partidários

Ex-peemedebistas optam pelo PPS

Institutos federais optam por oferta de vagas fora dos grandes centros

Alunos da rede estadual optam por quadrinhos, contos e poemas em pesquisa

Walter Pinheiro: adolescentes deixam de trabalhar precocemente e optam por estudar