Lobão pede que campanha presidencial discuta proteção à Amazônia
O senador Edison Lobão (PFL-MA) cobrou dos candidatos a presidente da República a inclusão, em suas plataformas políticas, de propostas objetivas para a proteção da biodiversidade e o desenvolvimento sustentável da floresta amazônica. O parlamentar citou cálculos de especialistas segundo os quais, em meio século, a região poderá fornecer ao país US$ 1,28 trilhão por ano em recursos naturais e aproveitamento turístico - ou mais de duas vezes o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro atual -, sem prejuízo a seus diversos ecossistemas.
Esses especialistas, informou o senador, prevêem uma renda, unicamente com o aproveitamento racional dos recursos naturais, de US$ 650 bilhões com petróleo; 500 bilhões com medicamentos e cosméticos obtidos a partir de plantas da floresta; US$ 50 bilhões com agricultura e extrativismo; US$ 50 bilhões com minério; US$ 19 bilhões com carbono; US$ 13 bilhões com turismo; e US$ 3 bilhões com madeira.
Edison Lobão citou pesquisa com 164 plantas usadas pelos índios de Tocantins desenvolvida atualmente pelo Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (Cebrid) da Universidade Federal de São Paulo. Ele destacou a preocupação do diretor do Cebrid, Elisaldo Carlini, de evitar o aproveitamento econômico indevido das descobertas e a preservação dos direitos dos índios na eventual comercialização dos produtos derivados da pesquisa.
Lembrando que a Amazônia começa em seu estado, o Maranhaão, Lobão ressaltou que os métodos de exploração da floresta continuam sendo predatórios:
- Cortam-se, anualmente, 28 milhões de metros cúbicos de toras, cujo aproveitamento nas serrarias é de pouco mais de um terço. Infelizmente, 90% dessa madeira, quase toda obtida ilegalmente, são consumidos no Brasil sem qualquer tipo de controle - afirmou o parlamentar, ressalvando que só recentemente algumas firmas fundaram o Grupo de Compradores de Madeira Certificada, para dar preferência à produção legalizada.
Lobão também contestou informações de que a devastação na floresta amazônica estaria sendo controlada:
- Entre 1995 e 2000, a média foi de 1,9 milhão de hectares devastados por ano, segundo o pesquisador americano William Laurance, do Smithsonian Tropical Research Institute, e dois brasileiros do Instituto Nacional de Pequisas da Amazônia (Inpa), com base em imagens de monitoramento por satélite - afirmou Edison Lobão.
Em aparte, o senador Mozarildo Cavalcanti (PFL-RR) afirmou que os brasileiros precisam perceber que a Amazônia, "longe de ser problema, é a grande riqueza que o Brasil pode ter".
25/03/2002
Agência Senado
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