Lobão: quebra de decoro tem de ser decidida pela mesa



A abertura de um eventual processo por quebra de decoro parlamentar contra o ex-presidente do Senado Antonio Carlos Magalhães e o ex-líder do governo José Roberto Arruda terá de ser decidida pela Mesa do Senado, informou nesta segunda-feira (dia 30) o primeiro-vice-presidente da Casa, Edison Lobão (PFL-MA). Segundo ele, ainda que o Conselho de Ética resolva processar Antonio Carlos e Arruda, a Mesa - integrada por sete senadores, incluindo o presidente Jader Barbalho (PMDB-PA) - poderá arquivar a denúncia, de acordo com o que estabelece o Regimento Interno do Senado.

Lobão explicou que o exame da denúncia contra os dois parlamentares deveria ter começado na Mesa, assim como ocorreu no caso do senador cassado Luiz Estevão (PMDB-DF). Já que o início se deu no conselho, agora a matéria terá de voltar à Mesa. Se esta decidir acolher eventual parecer propondo o processo, o relatório voltará ao conselho para o trâmite, nos termos do regimento, que prevê prazos para a defesa. Dali a matéria seguirá para a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), passando novamente pela Mesa apenas por formalidade.

Caso o processo contra Antonio Carlos e Arruda seja aprovado, a questão será decidida em 30 ou 40 dias, na avaliação do senador maranhense, que está aguardando parecer jurídico a ser utilizado pela Mesa no encaminhamento da denúncia. Ele acredita que no máximo até o fim de junho o Plenário já terá votado pela cassação ou manutenção dos mandatos dos dois senadores. Lobão lembrou que em todas as instâncias o voto dos senadores será secreto.

O primeiro-vice-presidente do Senado disse considerar uma injustiça a imagem negativa que a Casa vem tendo entre a opinião pública.

- Esse (a violação do painel) é um episódio numa Casa que tem trabalhado muito pelo Brasil. Não creio que o povo deseje a ditadura, mas é o que ocorreria se o Senado e Câmara fossem inviabilizados - afirmou.

30/04/2001

Agência Senado


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