Lúcia Vânia cobra políticas sociais do governo para compensar "sobressaltos" na economia



A senadora Lúcia Vânia (PSDB-GO) conclamou o governo a adotar políticas sociais de compensação à política econômica. Para ela, as altas taxas de juros e os cortes orçamentários para garantir o superávit primário são responsáveis pela retração dos programas sociais nos primeiros 15 meses do governo Luiz Inácio Lula da Silva.

- Essa área, que prometia ser prioridade do atual governo, tem sido alvo de constantes retrocessos - afirmou, destacando haver uma "intolerância" da gestão petista em relação a iniciativas sociais herdadas do governo anterior, recusando uma experiência consolidada em erros e acertos de cerca de dez anos.

- Apenas a intolerância explica que essa herança esteja ameaçada de ser desconsiderada - disse.

Lúcia Vânia manifestou preocupação especial com o corte de R$ 297 milhões no orçamento do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti), deslocados para o Bolsa-Família. É inadmissível, disse a senadora, que o governo confunda o Peti com os programas Bolsa-Escola ou Bolsa-Família.

- Os objetivos são diferentes, porque as crianças beneficiadas pelo programa precisam contar com acompanhamento constante, por serem crianças que nunca freqüentaram a escola. Trata-se de um programa que não pode atrasar o repasse de verbas, porque basta um mês de atraso para as famílias obrigarem as crianças a voltar ao trabalho, tal a penúria em que vivem - disse.

Segundo a senadora, o governo federal ainda não repassou um centavo dos R$ 105 milhões mensais previstos para 2004 a nenhum dos 2.206 municípios atendidos pelo Peti. São 810.792 crianças cadastradas em todo o país, o mesmo número deixado em 2002, apesar do crescimento do desemprego que leva mais famílias a colocar os filhos no mercado de trabalho, afirmou.

Em aparte, o senador Cristovam Buarque (PT-DF) manifestou sua preocupação com as informações de atraso nos repasses do Peti destacadas por Lúcia Vânia e prometeu levar o relato das dificuldades às instâncias mais altas do governo.

Também em aparte, o senador Leonel Pavan (PSDB-SC) lamentou a falta de sensibilidade do governo federal em relação aos problemas específicos dos municípios, em especial os programas sociais, que deveriam ser "a marca de um governo do PT".



18/03/2004

Agência Senado


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