MÁ DISTRIBUIÇÃO DE RENDA AGRAVA DESEMPREGO, DIZ BENEDITA DA SILVA



A senadora Benedita da Silva (PT-RJ) disse que a má distribuição de renda no país tem provocado distorções no mercado de trabalho, agravando ainda mais o problema do desemprego. Segundo pesquisa do economista Márcio Porchmann, diretor do Centro de Estudos Sindicais e de Economia do Trabalho (Cesit), da Unicamp - citado pela senadora -, oito milhões de crianças e aposentados estão no mercado de trabalho, o que equivale a 11% da População Economicamente Ativa (PEA).

As crianças trabalham para complementar a renda familiar, insuficiente para a sobrevivência, e os aposentados porque recebem baixos benefícios da Previdência Social. Essa é uma distorção que agrava ainda mais o desemprego, porque são pessoas que estão ocupando vagas no mercado, observou a senadora:

- Caso a renda fosse melhor distribuída, boa parte das crianças e aposentados que hoje está empregada ou disputando uma vaga no mercado poderia ceder o lugar a outras pessoas de faixa etária mais ativa. Isso amenizaria o problema do desemprego, mas poucas são as ações no sentido de resolver essa questão por parte desse governo adormecido - afirmou.

Para Benedita da Silva, são necessárias "providências urgentes" para resolver o problema, e uma delas é garantir melhores benefícios aos aposentados para que eles não se vejam obrigados a voltar a trabalhar. A outra solução é adotar bolsas de estudo para as crianças e também pagamento de benefícios para os desempregados, bem como a execução de uma política de emprego. Um país que pretende tornar-se desenvolvido, acrescentou a senadora, precisa melhorar essa situação.

Benedita da Silva citou pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) que aponta os seguintes indicadores econômicos:

* 64,9% da população economicamente ativa (com total de 68 milhões de pessoas) começaram a trabalhar antes dos 14 anos de idade;

* 1,1% desse total começou a carreira profissional entre 25 e 29 anos;

* 5,1 milhões de aposentados (de um total de 15,5 milhões) continuam no mercado de trabalho, sendo que 190 mil estão desempregados.



22/06/1998

Agência Senado


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