Magno Malta defende guarda qualificada e bem paga para presídios de segurança máxima
Em discurso sobre a polêmica criada em torno da construção de presídios federais e da transferência do traficante Fernandinho Beira-Mar, o senador Magno Malta (PL-ES) afirmou nesta sexta-feira (28) que o problema não está na definição da cidade que vai abrigar bandidos de alta periculosidade e nem no traficante, mas -no salvo-conduto, na corrupção na polícia, na corrupção de agentes penitenciários-.
- O problema não é o Fernandinho Beira-Mar. Ele é só um sujeito que tem capacidade de corrupção com o dinheiro que conseguiu em atividades ilícitas, que opera com os corruptíveis que estão do lado de fora das grades - afirmou o senador, para quem, -se os governadores querem se ver livres do crime organizado, têm de ter a coragem de acabar com a parte podre de suas polícias-.
Para Magno Malta, de nada adianta a construção de presídios federais de segurança máxima se a guarda não for federal, qualificada, com salário diferenciado, com homens reciclados, -filtrados-, de bom caráter, e que, para terem segurança, entrem e saiam do estabelecimento prisional encapuzados. Além da criação de um grupo de elite de guarda de presídio, ele propôs a construção de um estabelecimento de segurança máxima na Ilha Grande, no Rio de Janeiro.
O senador disse que, em lugar do Programa Fome Zero, o governo deveria desenvolver o Programa -Você tem fome de quê?- - frase de uma música do grupo Titãs. Segundo Magno Malta, alguns diriam que têm fome de cultura, outros, de alimentos, e outros, de segurança:
- Percebo que a fome mais urgente neste país é a fome de segurança - acrescentou.
O senador informou que o pai de um assessor seu tem recebido, nos últimos 30 dias, ameaças de morte. Magno Malta disse desconhecer se as ameaças são dirigidas a ele, senador, e afirmou que só conhece o medo -de nome-. Acrescentou que apresentou denúncia à Polícia Federal e à Secretaria de Segurança Pública do estado, que os números das ligações foram identificados e providências foram tomadas.
Artistas e apresentadores
Magno Malta, que é cantor, informou ao Plenário, na sessão desta sexta-feira (28), que vai doar 30% das vendas de seu novo CD para o Fome Zero. Ele conclamou todos os artistas, gravadoras e apresentadores de programas televisivos a fazerem o mesmo, e propôs que as igrejas evangélicas incentivem a formação de grupos destinados a doar casas populares a pessoas que moram nas ruas. Cada grupo teria 20 fiéis.
O senador defendeu a idéia de que o Programa Fome Zero comece na casa de cada um. Disse que os pais devem dobrar a merenda escolar dos filhos para que estes a repartam com crianças pobres, que as famílias devem abrir os congeladores de suas residências e dividir os alimentos com os mais necessitados. E cantou uma música religiosa, para ilustrar seu pronunciamento. O discurso recebeu um aparte do senador Paulo Octávio (PFL-DF).
28/03/2003
Agência Senado
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