MALDANER DEFENDE O PMDB E DIZ QUE PARTIDO TEM AJUDADO O GOVERNO



Em defesa do PMDB, o senador Casildo Maldaner (PMDB-SC) disse, nesta quinta-feira (dia 17), em plenário, que o partido está sendo alvo de injustiças ao ser acusado, por integrantes do governo e da aliança política que lhe dá sustentação, de não prestar apoio suficiente às ações do presidente Fernando Henrique Cardoso. O senador citou o episódio da indicação do diretor-geral da Polícia Federal, João Batista Campelo, que foi escolhido contra a vontade do ministro da Justiça, Renan Calheiros, do PMDB.Para Casildo Maldaner, foi armada "toda uma tempestade" nesse episódio, e o PMDB ficou surpreso pelo fato de terem transformado o que deveria ser uma simples decisão partidária de rotina num "vendaval político". Ele se solidarizou com Renan Calheiros, observando que o ministro tem prestado vários serviços ao governo, como as ações para regulamentar o Código de Trânsito, propor lei proibindo comercialização de armas, reestruturar a Polícia Rodoviária Federal e conseguir equipamentos para a Marinha, com o objetivo de aumentar o patrulhamento dos portos.O senador disse que não é a primeira vez que o PMDB "é alvo de injustiças". Citou declarações do ministro das Comunicações, feitas em abril, cobrando lealdade e firmeza do partido na defesa dos interesses do governo. Disse ainda que o ministro não desmentiu informações para a imprensa segundo as quais o presidente nacional do PFL teria sugerido ao presidente Fernando Henrique o rompimento com o PMDB e a demissão dos ministros do partido, que são os dos Transportes, Eliseu Padilha, da Justiça, Renan Calheiros, e das Políticas Regionais, Ovídeo de Angelis.O presidente, observou o senador peemedebista, teria repelido a sugestão do PFL, mas ficou constatada nesse episódio "uma notória prevenção de certos segmentos partidários contra o PMDB e alguns de seus representantes no governo". Casildo Maldaner elogiou a atuação do senador Jader Barbalho (PA) na presidência do PMDB, bem como a atuação dos ministros do partido e do presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP).- O PMDB nunca faltou ao governo. Nosso apoio foi decisivo para aprovar matérias de indiscutível importância para o país. O que não podemos é dar apoio incondicional - afirmou.O senador catarinense lembrou que o PMDB teve papel importante ao obstruir duas tentativas de abertura de processos de impeachment contra Fernando Henrique Cardoso, em razão da divulgação das fitas com conversas gravadas sobre a privatização do sistema Telebrás. Observou ainda que Michel Temer tem conduzido, "de forma democrática", a reforma do Judiciário, na Câmara.- O PMDB tem sido um aliado firme do governo nos momentos mais importantes. Por isso, não reconhecemos autoridade em nenhum dos parceiros da aliança governista para fazer reparos ao nosso comportamento - concluiu.Em aparte, Artur da Távola (PSDB-RJ) atribuiu as dificuldades nas relações entre os partidos que compõem a aliança governista ao fato de estes não se reunirem para negociar e conversar. - A aliança não tem se integrado como deveria, até por causa das disputas para as próximas eleições - observou. Jader Barbalho elogiou Renan Calheiros e concordou com a posição de Casildo Maldaner sobre a atuação do PMDB. Para o senador paraense, o partido "tem dado uma contribuição concreta" ao governo, tanto na aprovação das reformas quanto na ação política.

17/06/1999

Agência Senado


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