MALDANER QUE IMPOR LIMITES PARA O CAPITAL ESTRANGEIRO



Preocupado com os altos índices de desnacionalização da economia brasileira, o senador Casildo Maldaner (PMDB-SC) afirmou nesta quinta-feira (dia 24) ter chegado o momento de o governo estabelecer limites para a entrada de capital estrangeiro no país, sobretudo nos setores estratégicos. O objetivo, conforme o senador, é evitar a transferência dos centros de decisão política para o exterior. Ele advertiu que, se nada for feito nesse sentido, estaremos renunciando ao "nosso Projeto Nacional".
Maldaner revelou que a continuar o atual ritmo de aporte de capitais externos no país, segundo informam os especialistas, daqui a cinco ou seis anos os estrangeiros já terão remetido para fora "recursos em quantidade suficiente para pagar o total do investimento realizado no Brasil".
O senador apresentou dados que demonstram o alto grau de desnacionalização de nossa economia. Ele disse que o Brasil, hoje, supera em muito todos os países do primeiro mundo, e até mesmo os da América Latina, em relação aos níveis de participação do capital estrangeiro na economia, chegando a comprometer 20% do seu PIB, a taxa média internacional gira em torno dos 15%.
Dentre as várias atividades da economia brasileira que estão sendo alvo de desnacionalização Maldaner citou o setor bancário que, de acordo com dados estimados pelo deputado Delfim Netto (PPB-SP), terá o setor de varejo transferido para mãos estrangeiras em cerca de 40%. O senador disse ainda que, nos últimos anos, 23 bancos nacionais passaram para o controle externo.
- O Ministério da Fazenda e o Banco Central, entidades governamentais responsáveis pela condução da política econômica, no que diz respeito ao fluxo de capital, continuam demonstrando, em ações e discursos, uma firme tendência de aumentar o fluxo de investimentos estrangeiros sem considerar os limites do que seria razoável - enfatizou Casildo Maldaner.
Em aparte, o senador Ney Suassuna (PMDB-PB) concordou com Maldaner sobre a necessidade de se impor limites ao aporte de capital externo no Brasil, e demostrou preocupação com a desnacionalização acelerada nos setores de siderurgia, petroquímica e bancário. "Não podemos ficar reféns do capital estrangeiro", salientou.

24/02/2000

Agência Senado


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