MALDANER QUER SUSTAR RECURSOS PARA SANEAMENTO DO BESC
Casildo Maldaner informou que a CPI da Assembléia Legislativa catarinense encontrou várias irregularidades nos balanços e propôs, no relatório final aprovado por unanimidade, que a área econômica do Banco Central suspenda a aplicação de recursos autorizada, destinada ao saneamento do banco para futura privatização. O relatório será encaminhado às autoridades econômicas federais e ao presidente da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), senador Ney Suassuna (PMDB-PB).
A operação de financiamento, no valor de R$ 2,1 bilhões, a serem pagos durante trinta anos, resultará em prejuízo ao estado, segundo o senador. À semelhança do que ocorreu com o Banco do Estado do Rio de Janeiro (Banerj), o Besc será vendido por cerca de R$ 400 milhões.
- Os catarinenses ficarão sem o banco e com uma dívida aproximada de R$ 1,7 bilhão - sustentou Maldaner.
Em aparte, Suassuna disse que todo o Senado, particularmente a CAE, está preocupado com o assunto
-O tema preocupa todo o SF, principalmente a CAE. Não especificamente o caso de SC, mas de todos os bancos estaduais. A grita é geral. Todos os bancos que sofreram intervenção e passaram por alguma forma de Regime de Administração Especial Temporária(Raet) tiveram uma explosão das dívidas, como RO, PR, AL, entre outros. Vários deles foram obrigados assumir dividas que tornam a administração inviável - disse Ney Suassuna.
Casildo Maldaner acrescentou que, mesmo sob interevenção e administração do Banco Central, alguns desses bancos sofreram multas, aplicadas sobre os próprios interventores. O senador quer providências da CAE, e na semana que vem vai trazer os resultados da CPI estadual para exame dos senadores. "Não é possivel jogar R$ 2 bilhões no banco para depois entregá-lo por apenas R$ 400 milhões.
O senador Osmar Dias (PSDB-PR) lamentou que, no Brasil, valha tão mais a pena ser banqueiro do que agricultor. Ele disse que uma família de produtores, com 29 alqueires, foi despejada porque deixou de pagar uma dívida de R$ 300 mil junto ao Banco de Crédito Nacional. "Se fosse um banqueiro, receberia do governo uma ajuda, com 30 anos de prazo para pagar, juros de 6% ao ano e o Senado correria para aprovar a operação", disse Osmar Dias.
11/05/2000
Agência Senado
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