Mão Santa: PMDB não deve votar contra o povo em troca de ministério
Em discurso pronunciado em Plenário nesta quarta-feira (29), o senador Mão Santa (PMDB-PI) classificou de -uma palhaçada- a tentativa da base do governo de votar uma emenda paralela à reforma da Previdência. E alertou o PMDB para que não caia na tentação de votar com o governo, em troca de vagas no ministério, levando prejuízo a aposentados e pensionistas.
Mão Santa chegou a comparar a emenda paralela às viseiras usadas por burros de carga, numa referência ao fato de que esse utensílio é composto de duas abas paralelas que impedem o animal de olhar para os lados. Ou seja, o governo estaria tentando obstruir a visão do Congresso, na opinião do senador piauiense, que recebeu o apoio dos senadores Ramez Tebet (PMDB-MS), Papaléo Paes (PMDB-AP), Almeida Lima (PDT-SE) e Efraim Morais (PFL-PB).
Com relação à reforma da Previdência, Mão Santa observou que a dívida das empresas com o sistema é de R$ 170 bilhões, o que seria suficiente para cobrir o rombo atribuído à concessão de benefícios excessivos aos participantes.
- Antes de assaltar os aposentados e as viúvas, o governo deveria melhorar o sistema de cobrança da Previdência - afirmou o senador, que já dirigiu o instituto de previdência estadual em seu estado.
Mão Santa referiu-se também à reforma tributária, que, no seu entendimento, levaria a perdas para os estados - R$ 140 milhões só no caso do Piauí. Para incitar o PMDB a assumir compromissos históricos com o povo, Mão Santa lembrou os nomes de Ulysses Guimarães, Tancredo Neves e Teotônio Vilella, vultos da legenda ao tempo em que o partido ainda tinha o nome de Movimento Democrático Brasileiro (MDB).
29/10/2003
Agência Senado
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