Mão Santa preocupa-se com concentração de poder nas mãos de Lula
- O Poder Executivo é muito forte, tem o dinheiro. Tem o BNDES [Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social], tem o Banco do Brasil, a Caixa Econômica, tem apoio da maioria do povo brasileiro. Além disso, Lula indicou o Judiciário todo. Acabou a democracia, são dois contra um - alertou.
Mão Santa lembrou que os constituintes, que elaboraram a nova Carta a partir de 1987, criaram mandato de quatro anos para o presidente da República e deram ao chefe do Executivo o poder de nomear os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Mão Santa lembrou que a democracia tem por característica a divisão e a descentralização do Poder.
Mas, destacou Mão Santa, com a instituição da reeleição, o presidente pode ficar até oito anos no poder, como ocorre com Lula. Por conta desse longo período no cargo, o presidente Lula já indicou sete dos 11 ministros do STF, de acordo com Mão Santa. E, segundo ainda o senador, o presidente tem indicado "gente de carteirinha" do PT para o Supremo.
- Se dermos mais tempo a Lula, ele ficará com todo o Poder Judiciário nomeado por ele - disse o senador.
No entanto, destacou Mão Santa, existe o Congresso Nacional para resistir. Na opinião do senador, por conta dessa situação, este é o Senado "mais importante da história" e que está vigilante.
- O preço da democracia é a eterna vigilância. Esta Casa vai salvaguardar a democracia no Brasil - afirmou ao lembrar que os senadores, em conjunto, receberam mais votos do que os concedidos a Lula na eleição para a Presidência da República.
Violência
Mão Santa também lamentou a violência que vem alastrando-se no Brasil. O senador contou ter visitado recentemente outros países e não ter visto sequer crianças pedido esmolas. Disse que não é preciso ir longe para ver lugares em situação melhor que o Brasil: em Buenos Aires e em Montevidéu, por exemplo, é possível andar de madrugada pelas ruas com tranquilidade e ver casas sem muros, contou. Mão Santa lamentou que no Brasil até velórios estejam sendo antecipados por medo de assaltos e que muros e grades estejam se espalhando pelas cidades.
13/02/2009
Agência Senado
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