Marcon diz que é preciso investigar a roubalheira no governo FH



O deputado Dionilso Marcon (PT) teceu ontem (19/06) severas críticas ao governo Federal, ressaltando que o povo não agüenta mais tanta roubalheira e a corrupção no Planalto Central. "FHC deve explicações à sociedade", sustentou o parlamentar, ao entregar um documento ao presidente em exercício da Assembléia Legislativa, deputado Francisco Appio (PPB), contendo 14 denúncias contra o governo Federal ainda não esclarecidas e pedindo a instalação imediata da CPI da corrupção. "A remessa de US$ 124 bilhões de dólares para as Ilhas Cayman, entre 1995 e 1999 ainda não foi explicada para a população", observou Marcon, para quem não está devidamente esclarecido o depósito de R$ 1,6 bilhão no Banco Marka, na conta do especulador italiano Cacciola. "Esse dinheiro sumiu e o banqueiro está na Itália", disse o deputado petista, indagando sobre os responsáveis por tal transação. Ele disse ainda, que o desvio de R$ 169 milhões do prédio do Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo não foi apurado. "O juiz Nicolau admitiu ter ficado com R$ 8 milhões e que os outros R$ 161 milhões teriam sido administrados pela empresa do senador Luiz Estevão, que coordenou, em 1998 a campanha de FHC para Presidência da República. E mais, a CPI do Narcotráfico identificou um esquema envolvendo autoridades do Judiciário, Legislativo, Polícia Militar e Executivo com tráfico de drogas e que acabou esquecido nas gavetas das safadezas". Para Marcon, a soberania nacional está em jogo. "O governo Federal é servil aos interesses norte-americanos. Quando os peruanos denunciavam a fraude eleitoral, o governo FHC socorreu Fujimori. Quando todos os países latino-americanos se manifestaram contra o Plano Colômbia, o governo brasileiro abrigou uma reunião dos exércitos em Manaus. E mais, alugou o uso da base de lançamento de foguetes em Alcântara, para o governo dos Estados Unidos, sem direito de fiscalizar as atividades dos militares norte-americanos", criticou o deputado. As privatizações das estatais brasileiras também foram repudiadas por Marcon, para quem há claros sinais de irregularidades. "Os movimentos sociais e populares, que acreditam num Brasil viável e que defendem um Estado forte, organizam para o próximo dia 27/06, uma Marcha contra a Corrupção e em defesa da CPI, em Brasília", disse Marcon, adiantando sua presença no protesto.

06/19/2001


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