Marcon diz que governo federal prejudica agricultores e favorece multinacionais
Para justificar sua opinião, Marcon observou que dois empresários ouvidos na audiência pela CPI - Ivor Fazzioni, da Westfalia, e Cláudio Bier - representante do Sindicato das Indústrias de Máquinas e Implementos Agrícolas- confirmaram que participaram da elaboração da portaria nº 56, que obriga os agricultores a adquirirem máquinas, como ordenhadeiras e resfriadoras, para permanecerem no mercado. “Eles comercializam estas máquinas, portanto têm interesse óbvio de que a medida seja adotada”, observou o deputado.
Marcon ressaltou que é favorável em garantir a qualidade do produto vendido à indústria, mas contrário aos prazos que o Ministério da Agricultura quer impor. O líder petista ainda argumentou que os agricultores precisam ter acesso a financiamento facilitado para conseguirem se adequar às novas exigências. “Entretanto, o próprio Cláudio Bier admitiu que os bancos - inclusive o Banco do Brasil - chegam a cobrar 4% de taxa adicional para realizar a operação de crédito”.
O deputado frisou que a CPI deve analisar toda a cadeia produtiva do setor leiteiro, não apenas os preços fixados pela indústria para os agricultores. “Para conseguirmos interferir neste processo que vem gerando maior exclusão no campo, precisamos estudar o assunto com a abrangência que ele merece, e isto passa por debater a postura nociva do governo federal que obriga os agricultores a realizarem investimentos pesados em tecnologia sem financiamento assegurado”.
03/04/2002
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