Mário Couto cobra ação do governo para diminuir desigualdades regionais
Depois de apresentar dados sobre a distribuição dos recursos aplicados pelo Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) em todas as regiões do país, o senador Mário Couto (PSDB-PA) cobrou do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a implantação efetiva da Política Nacional do Desenvolvimento Regional, cujo decreto que a institui foi assinado no dia 22 de fevereiro.
Citando dados do próprio BNDES, Mário Couto informou que dos cerca de R$ 52,3 bilhões aplicados pelo banco em 2006, R$ 31,4 bilhões foram destinados à região Sudeste, R$ 9,7 bilhões para o sul do país, R$ 3,6 bilhões para o Centro-Oeste, R$ 4,8 bilhões para o Nordeste e apenas R$ 1,3 bilhão para a região Norte. Ele denunciou que está havendo discriminação com as regiões mais pobres.
- Não podemos mais ficar calados. Agora o governo federal vai ter que fazer alguma coisa, pelo menos concluir as obras inacabadas. Vai ter que fazer investimento para o país poder crescer. Talvez agora nasça uma esperança em cada nortista, em cada uma das pessoas que moram na Amazônia, porque o governo está sendo obrigado a investir em infra-estrutura para voltar a crescer. Ou ele faz, ou o país afunda definitivamente - afirmou Mário Couto.
Segundo o senador pelo Pará, a falta dos investimentos na região Norte, sobretudo em infra-estrutura, contribue até para a devastação do meio ambiente. Recorrendo a estudo feito pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), Mário Couto classificou de estarrecedores os dados apurados, que apontam que para cada quilômetro de estrada oficial existente na Amazônia existem 2,5 km de estrada ilegal.
São 69.209 km de estradas legais e 173.023 quilômetros de ilegais. Mário Couto lembrou que além da necessidade de algum desmatamento para que a estrada possa ser construída, as terras que ficam nas margens são griladas e vendidas. E os compradores promovem queimadas para limpar a terra e começar a produzir. O senador cobrou mais recursos para que os órgãos de fiscalização possam combater esse problema.
Em aparte, o senador Mão Santa (PMDB-PI) comparou que da década de 1980 para cá a desigualdade regional tem crescido. Ele exemplificou lembrando que, naquela época, a média salarial do trabalhador do estado mais rico superava em quatro vezes a do estado mais pobre. Hoje essa diferença pulou para 8,6 vezes. Já o senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA) registrou que combater as desigualdades regionais é um preceito constitucional que tem que ser cumprido pelo presidente da República.15/03/2007
Agência Senado
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