Mário Couto: decisão sobre Demóstenes é oportunidade para Senado reconquistar credibilidade



O senador Mário Couto (PSDB-PA) afirmou nesta terça-feira (10) que a decisão sobre o processo de cassação do mandato do senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) é uma oportunidade que o Senado tem de reconquistar a credibilidade do povo brasileiro. Para ele, o Senado está “enlameado” e os parlamentares terão a chance de impedir que a lama o cubra totalmente.

- Estamos aqui para julgar não a dor de um companheiro, mas o que ele fez – afirmou o senador em referência a pronunciamento feito pouco antes, em que Demóstenes falou sobre a dor causada a ele e à sua família.

A votação em Plenário do Projeto de Resolução 22/2012, que propõe a cassação do mandato do senador Demóstenes Torres, está marcada para esta quarta-feira (11), às 10h. O julgamento do senador é fruto da representação do PSOL no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, cuja conclusão foi de que o Demóstenes usou o mandato em benefício de Carlinhos Cachoeira, acusado pela Polícia Federal de comandar uma organização criminosa com ramificações políticas e empresariais. Os votos dos senadores serão secretos.

Mário Couto também criticou a demora na convocação do ex-direitor do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Luiz Antonio Pagot, pela CPI mista que investiga o caso Cachoeira. Para ele, isso pode ter prejudicado as investigações, já que, quando Pagot se oferecia para falar, não lhe foi dada a chance.

- Quando o Pagot estava aborrecido, naquele momento em que ele queria vir, talvez ele pudesse esclarecer muita coisa, mas agora já conversaram [e retomaram] o juízo do Pagot, já combinaram tudo com o Pagot – criticou o senador, que disse não acreditar em denúncias consistentes por parte do ex-diretor.

O requerimento para a convocação de Pagot foi aprovado na semana passada. Para o senador, a CPI é “montada” e “dirigida” pelo governo e a oposição perdeu a voz na comissão. O senador acusou o governo de mandar nos parlamentares.

- Enquanto este governo estiver aí, este Senado, este Congresso jamais vai acusar o governo, porque é comandado por ele, porque troca favores com ele.



10/07/2012

Agência Senado


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