Marluce protesta contra portaria da Funai que demarca terras em Roraima



A senadora Marluce Pinto (PMDB-RR) acusou os dirigentes da Funai, em discurso nesta quinta-feira (6), de terem aberto uma nova frente de batalha contra o povo de Roraima, com a portaria nº 824/01. O documento citado pela senadora cria um grupo de estudo para delimitar mais uma área indígena no estado, contígua às de São Marcos e Raposa, denominada "Área Indígena Anarô, do Grupo Macuxi". Marluce pediu a solidariedade dos senadores contra a portaria:

- Sem arrazoado algum, sem justificativas, sem razões mínimas, a portaria determina que seja cercado todo um povo, impedindo-o de usufruir de um direito inalienável, qual seja o de ir e vir - afirmou .

Marluce Pinto manifestou sua indignação contra a medida e a relacionou à aprovação da recente lei originária de projeto de sua autoria que transferiu para Roraima as terras até então pertencentes à União. Para a senadora, não há dúvidas de que a norma da Funai foi criada contra o projeto, pois foi assinada exatamente um dia após a aprovação de sua proposta pelo Senado. Ela comunicou que já está tomando as providências "no sentido de estancar mais essa investida da Funai".

Marluce Pinto contou que, em recente encontro com o ministro da Justiça, a quem fez longo e minucioso relato sobre a questão, foi muito bem recebida e recebeu a solicitação de preparar um relatório circunstanciado a respeito do assunto.

A senadora ressaltou que, há 22 anos, quando chegou a Roraima, a convivência dos índios com a população era pacífica e cooperativa. No entanto, com a chegada da Funai, segundo a senadora, piorou a situação dos índios que, não fosse a ação do governo estadual e de algumas prefeituras, não teriam como sobreviver.

06/12/2001

Agência Senado


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