Matriz Tributária/Pavan acusa oposição de aplicar golpe durante a madrugada
O líder do governo na Assembléia Legislativa, Ivar Pavan (PT), acusa a oposição de aplicar um golpe no povo gaúcho ao insistir em votar na madrugada desta quinta-feira o projeto que altera a matriz tributária. “Esvaziaram as galerias para impedir que os cidadãos assistissem ao festival de demagogia que protagonizaram, rejeitando a receita e mantendo os benefícios. Demagogia deste calibre só é possível mesmo quando o povo está dormindo”, aponta.
Ele frisa que não é a primeira vez que a oposição se esconde do povo para votar. “Para entregar de vez a CRT para a iniciativa privada, estes partidos realizaram uma sessão quase secreta no plenarinho, com o circuito interno de televisão desligado e sem nenhuma possibilidade da população acompanhar o debate.”
O parlamentar afirma que a oposição aprovou fundos sem recursos. “São fundos esvaziados, que só servem de adereço para a oposição jogar para a torcida”, dispara. Segundo o líder governista, a oposição engana o povo gaúcho ao alardear que é contra o aumento de impostos. “Durante os últimos 10 anos, o governo federal aumentou a carga tributária em quase 40%, com os votos dos partidos que fazem oposição no Rio Grande. Além disso, nas últimas administrações estaduais, estes mesmos partidos aprovaram o aumento de ICMS .”
Na opinião do líder governista, a oposição só concorda com o aumento dos tributos quando se trata de beneficiar grandes empresas multinacionais. “Como o projeto era para beneficiar os pequenos produtores e as pequenas e médias empresas, a demagogia permitiu que a oposição se posicionasse contra o aumento dos impostos.” Ele lembra que, durante o governo passado, os partidos que estão na oposição venderam patrimônio público e aumentaram impostos para garantir fundos milionários para as montadoras. “No entanto, quando se trata de beneficiar os pequenos, eles aprovam fundos sem nenhum centavo”, critica.
Pavan afirma ainda que a oposição cumpriu papel de advogado de 30 grandes empresas. “Lutaram bravamente para defender os benefícios fiscais de 30 empresas, em detrimento de milhares de pequenos empreendedores e de investimentos públicos na saúde, educação, segurança e estradas.”
O líder governista salienta também que bastaram 24 horas para que a FAMURS percebesse a importância da alteração da matriz tributária para os municípios. “O anúncio do salário mínimo para R$ 180,00 irá deixar muitas prefeituras sem condições de manter a folha de pagamento. Certamente, o aumento de R$ 125 milhões no repasse de ICMS significaria um alívio para os municípios”, conclui.
11/30/2000
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