Mauro Miranda: sem fortalecer a agricultura, Lula não combate a fome



O senador Mauro Miranda (PMDB-GO) disse nesta quarta-feira (3) que um dos principais termômetros para medir o grau de confiabilidade no governo de Luiz Inácio Lula da Silva será a apresentação de diretrizes para uma eficaz política rural, conciliando a necessidade de aumentar as exportações com a demanda interna.

- Sem essa harmonia, sem fortalecer a agricultura e a pecuária, Lula não poderá materializar o singelo ideal de combate à fome. E como todos queremos varrer a fome de um país tão rico e promissor, espero que as distorções que agravam as relações entre o produtor rural e os sem-terra sejam sanadas o mais rápido possível.

Na opinião de Mauro Miranda, para que isso aconteça não há outro caminho a não ser a reforma agrária. Ele acha que, entre os muitos desafios que aguardam o presidente eleito, a reforma agrária está entre os mais polêmicos, exatamente pela necessidade de conciliar interesses antagônicos.

De acordo com o parlamentar, proprietários rurais e trabalhadores sem terra detêm um extenso currículo de conflitos, muitas vezes provocados -por latifundiários e pistoleiros armados até o pescoço contra especialistas em organizar tumultos e invasões-. Ele sugeriu que o presidente eleito escolha o que há de melhor nos quadros do PT e partidos aliados para comandar o Ministério da Reforma Agrária.

Também disse que o -futuro mandatário do país sabe que não pode errar nessa área estratégica, sob pena de ver o seu governo comprometido e manchado por meia dúzia de arruaceiros que buscam apenas os holofotes da mídia-. Na opinião de Mauro Miranda, Luiz Inácio Lula da Silva e o próximo ministro da Reforma Agrária -serão obrigados a combater com veemência certos atos que denigrem a imagem do MST-.

Ele se referiu ainda a recente ação de integrantes desse movimento contra fazendeiros da região do Médio Araguaia, em Goiás, quando foram abatidas 13 cabeças de gado. O senador viu no episódio a demonstração de como a aflição de quem precisa de terra pode ser facilmente explorada -da maneira mais vil e arcaica- por aproveitadores.



03/12/2002

Agência Senado


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