Mercadante defende inclusão social e rebate críticas de Bornhausen



Em seu primeiro discurso como senador, Aloizio Mercadante (PT-SP) defendeu a inclusão social como um dos instrumentos do desenvolvimento econômico sustentável. -Crescimento econômico exige inclusão social-, afirmou. Ele lembrou que o Brasil foi considerado pelo Banco Mundial um dos campeões mundiais da desigualdade social, uma vez que os 20% mais pobres da população detém apenas 2,5% da renda total do país.

- Somos o quinto pior do mundo. Mas, se tomarmos o extremo oposto, os 20% mais ricos da população, ganhamos três posições: somos o segundo pior do mundo, com um nível de participação dos mais ricos na renda em torno de 63,8%, só superado pela República Central Africana - disse Mercadante.

Respondendo ao senador Jorge Bornhausen (PFL-SC), que discursou anteriormente e fez críticas ao novo governo, Aloizio Mercadante cobrou um pouco mais de humildade.

- Foram oito anos no governo - não foram 48 dias - e não foram capazes de fazer a reforma tributária. Fizemos um contingenciamento de R$ 14 bilhões no orçamento pela herança perversa que recebemos - frisou.

Mercadante defendeu a simplificação dos tributos e a desoneração das folhas de pagamento para criar mais empregos e acabar com a guerra fiscal entre os estados e frisou que esta é uma tarefa que deve envolver todas as instâncias da República. A reforma da Previdência também foi abordada pelo senador. Segundo ele, a reforma previdenciária não pode ser feita de cima para baixo, de maneira apressada e com pacotes.

- O governo não virá com projeto pronto e acabado para impor como um rolo compressor à sua base e nem para transformar parlamentares em despachantes de luxo - disse.

O líder petista também rebateu o que classificou de -ataque violento- ao Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES) e explicou que instâncias semelhantes existem em outros 25 países, inclusive na União Européia. Na França, lembrou, instituições como essa existem desde o pós-guerra.

Mercadante disse que o CDES não foi criado para substituir o Poder Legislativo, mas para acrescentar. Ele ressaltou que o conselho acolhe a sociedade civil e lhe dá oportunidade para -debater e pensar com grandeza- o Brasil.

- O conselho é um espaço onde os diversos setores da sociedade poderão defender seus interesses com transparência e propostas. Democracia é sobretudo voto. É aqui que vamos votar as grandes reformas - acrescentou.

Aloizio Mercadante reafirmou o compromisso do governo de buscar sempre a convergência e o consenso para mudar estruturalmente o país.

- A expectativa é fazer um debate amplo, aberto e transparente. O povo vai assistir a grandes debates políticos e grandes confrontos ideológicos - disse.



18/02/2003

Agência Senado


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