Mercadante defende votação da reforma do Judiciário "por capítulos"



Por identificar que a proposta de reforma do Judiciário tem pontos -extremamente polêmicos-, o líder do governo, senador Aloizio Mercadante (PT-SP), defendeu que as modificações propostas na estrutura da Justiça brasileira sejam feitas por partes. Ele sugere a elaboração de uma pauta comum com o Executivo que dê prioridade à votação de itens da reforma que tenham -maior nível de convergência, que permitiriam uma votação imediata-. A proposta de emenda à Constituição (PEC) da reforma do Poder Judiciário foi incluída pelo governo federal na pauta do Senado na convocação extraordinária de julho.

- O substitutivo e o relatório em discussão no Senado abarcam uma série de pontos extremamente polêmicos e com grau de consenso relativamente pequeno. Por serem muitos capítulos e muitos temas, a nossa idéia é fatiar a votação dentro de um processo de mudança do Judiciário. Do jeito que está, estamos muito longe de poder votar a proposta completa, não vejo a possibilidade de prosperar - avaliou.

Mercadante registrou que o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, montou um grupo de trabalho especial, que elabora um diagnóstico do Judiciário e estuda medidas para aperfeiçoá-lo. Entre os pontos da reforma sobre o qual há maior consenso, o senador listou o controle externo do Judiciário, que, na sua opinião, deve ser tratado individualmente.

Das propostas que serão analisadas pelo Senado em julho, o líder do governo também destacou aquelas que tratam da proibição do porte de armas.

- O Brasil inteiro está assistindo à escalada da violência. Queremos criar uma cultura de paz, combater de forma eficiente o tráfico de armas e desarmar o país. Essa é uma das medidas que pode ajudar decisivamente na diminuição da violência. O governo incluiu essas propostas na pauta porque tem interesse de que sejam debatidas.

O senador também esclareceu que o PT é contrário à remuneração extraordinária dos parlamentares durante a convocação extraordinária. Ele lembrou que o partido apresentou, há mais de dez anos, projeto que põe fim a esse pagamento excepcional. A proposta, continuou, está na Câmara dos Deputados e, como se trata de matéria constitucional e regimental, deve ser analisada por uma comissão especial.

- O presidente da Câmara, João Paulo Cunha, pediu aos líderes partidários que façam suas indicações para a comissão. A bancada do PT já apresentou os seus nomes. Acho que esse é um tema bastante importante para aperfeiçoar o sistema legislativo, que ajudaria a melhorar o prestígio, o respeito do Poder Legislativo.



01/07/2003

Agência Senado


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