Mesquita Júnior: Brasil precisa discutir a questão do aborto



O senador Geraldo Mesquita Júnior (PMDB-AC) solidarizou-se nesta sexta-feira (11) com o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, por sua coragem de enfrentar a questão do aborto - um tema, em sua opinião, espinhoso, do qual muita gente foge. SegundoMesquita Júnior, como principal fiscal da saúde pública que é, o ministro está chamando a atenção para um problema que também traz muito sofrimento e mata milhares de mulheres no Brasil.

Mesquita Júnior destacou que o Brasil precisa acordar para discutir esse assunto. Ele lembrou que a população mais pobre não tem acesso ao controle da natalidade, não dispõe de informação sobre o assunto e, tampouco, dos meios para planejar sua família. Milhares de mulheres são submetidas a práticas que mutilam, portanto é imperativo que a sociedade se preocupe com o assunto, sem hipocrisia, sem subterfúgios, ressaltou.

Para o senador pelo Acre, o ministro Temporão também tem sido injustiçado por suas posições corajosas em relação a outros temas de saúde pública, como o consumo excessivo de álcool. É preciso que a sociedade se preocupe com o envolvimento da juventude brasileira em práticas de ingestão de bebida alcoólica, disse Mesquita Júnior.

- Não é uma questão meramente comercial ou econômica, porque o Estado arrecada muito com a produção de bebidas. Trata-se de uma questão de saúde pública e, como tal, precisa ser enfrentada - afirmou.

Mesquita Júnior destacou não ser possível admitir que o Estado brasileiro continue proporcionando a difusão da prática de ingestão da bebida alcoólica, através de instrumentos de comunicação de massa, que são concessões públicas, como a TV e o rádio, "que ficam incentivando essa prática tão danosa que é induzir os jovens a consumir álcool".

O senador pelo Acre lembrou que o custo anual para o Sistema Único de Saúde (SUS) em função da prática de consumir álcool é de "milhões e milhões de reais" por ano. Apesar do muito que o Estado arrecada com os produtores de cerveja e outras bebidas, talvez essa conta não seja superavitária, se forem considerados os problemas sociais que esse hábito nocivo gera, concluiu Mesquita Júnior.

Em aparte, o senador Mão Santa (PMDB-PI) afirmou que o Estado tem a obrigação de oferecer planejamento familiar e meios contraceptivos, como medicamentos, vasectomia e outros. Para ele, o aborto se combate com prevenção.

O senador piauiense lembrou que, no México, o povo é majoritariamente cristão, mas o Estado oferece, às famílias, os meios de planejar o número de filhos que desejam. A solução se resume em planejamento familiar e maternidade e paternidade responsáveis, destacou Mão Santa.



11/05/2007

Agência Senado


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