MESTRINHO PEDE PROTEÇÃO PARA A FRONTEIRA AMAZÔNICA



Referindo-se ao clima de guerra civil enfrentado pela Colômbia, o senador Gilberto Mestrinho (PMDB-AM) pediu nesta segunda-feira (dia 23) que as Forças Armadas brasileiras ampliem a proteção da fronteira norte do país. Ele disse ter informação de que a Polícia Federal mandou 120 agentes para a região, mas considerou fundamental que as Forças Armadas marquem maior presença ali. "Como brasileiro, faço um apelo ao presidente da República para que redobre a segurança na fronteira amazônica", pediu ele.O senador disse que o Brasil não tem nada a ver com o que se passa na Colômbia, mas precisa defender suas fronteiras e combater em toda a região o tráfico de entorpecentes. Aludindo aos indícios de que os Estados Unidos desejam intervir naquele país, Mestrinho sustentou que o problema vivido pela Colômbia é uma questão interna. "Temos que tomar precauções com nossas fronteiras, defender o que é nosso, sem interferir nos assuntos internos de outros países", disse ele. Conforme Gilberto Mestrinho, grupos armados avançam pelo território colombiano, encontrando-se a 70 quilômetros de Santa Fé, junto com outros grupos paramilitares, numa luta que se torna mais grave em razão do narcotráfico. Segundo o senador, o tóxico é hoje o grande mal da humanidade e são necessárias providências para evitar que no solo amazônico se faça o cultivo do ipadu - arbusto que tem as mesmas propriedades da coca. "A planta cresce debaixo das árvores, sendo difícil até detectar seu plantio", informou, lembrando que, há três anos, as Forças Armadas e a Polícia Federal descobriram uma plantação no meio da floresta.- São os riscos que corremos e que devemos cuidar para que não se alastrem, a fim de que a fronteira amazônica não seja uma presa fácil para os interesses que não estão preocupados com nossa segurança, mas tão somente com o lucro - disse ele. Mestrinho elogiou a recente viagem do presidente da República ao Acre, frisando que a Amazônia é a maior província mineral da terra, sendo também o maior banco genético do mundo.Os senadores Tião Viana (PT-AC), Mozarildo Cavalcante (PFL-RR) e Pedro Simon (PMDB-RS) apoiaram o discurso de Mestrinho. Vindo de uma reunião na Argentina, Simon explicou que a situação da Colômbia é preocupante, sobretudo pelo fato de que, em plebiscito, a população daquele país se manifestou favoravelmente à intervenção norte-americana. Simon também informou que o presidente argentino, Carlos Menem concordou em colocar tropas à disposição dos Estados, se necessária for a intervenção.

23/08/1999

Agência Senado


Artigos Relacionados


Mozarildo pede proteção para fronteira amazônica

Sibá: Padre Paolino pede proteção à floresta Amazônica

Projetos para a fronteira amazônica terão urgência na tramitação

BB amplia bancarização da fronteira amazônica

Governo brasileiro propõe no Qatar maior proteção para espécie amazônica

JEFFERSON DEFENDE MAIOR PRESENÇA DAS FORÇAS ARMADAS NA FRONTEIRA AMAZÔNICA