Metade do soro antiofídico produzido no país deve dispensar refrigeração



Pelo menos 50% das doses de soro antiofídico para uso humano, produzidas e importadas por laboratórios e empresas sediadas no país, deverão estar sob a forma liofilizada, técnica que dispensa o uso de geladeira para a sua conservação. A decisão foi tomada nesta quinta-feira (20) pela Comissão de Assuntos Sociais (CAS), que aprovou parecer do senador Mão Santa (PMDB-PI) ao projeto do senador Tião Viana (PT-AC).

O projeto foi aprovado em caráter terminativo, ou seja, só deverá ser submetido ao Plenário do Senado se houver recurso de pelo menos nove senadores. Sem o recurso, a matéria seguirá para exame da Câmara dos Deputados.

No Brasil, informou Tião Viana, o soro antiofídico - usado para combater o veneno de cobras - é de boa qualidade, mas exige refrigeração para que seja conservado. Segundo ele, esse é o maior problema, uma vez que a maior parte dos acidentes ofídicos ocorre na roça ou no mato, longe, portanto, dos serviços de saúde e de refrigeradores.

Tião Viana observou que a mudança proposta não exigirá investimentos vultosos em equipamentos e instalações. E previu que, com cerca de US$ 500 mil, os três laboratórios brasileiros que produzem o produto poderão iniciar a fabricação do soro antiofídico sob a forma liofilizada.

- Os acidentes ofídicos constituem um problema de saúde pública negligenciado no país. A cada ano registram-se cerca de 20 mil casos e, destes, 110 evoluem para o óbito. A letalidade e a mortalidade são baixas, mas deveriam ser zero - observou Tião Viana.



20/03/2003

Agência Senado


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