Monteiro quer empresários com Lula









Monteiro quer empresários com Lula
Ex-dono do Banco Mercantil fará a ponte entre o presidenciável do PT e o setor empresarial de PE

O ex-ministro e ex-proprietário do Banco Mercantil Armando Monteiro Filho será a ponte entre a campanha do presidenciável Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o setor empresarial do Estado. Uma reunião para a acertar os detalhes da atuação de Monteiro Filho foi realizada, ontem à tarde, no comitê da Frente de Esquerda (PT/PCdoB/PL/PCB/ PMN/PST) em Pernambuco. Também ficou definido que o candidato a vice-presidente, o industrial mineiro José Alencar (PL), fará uma visita ao Estado ainda este mês para costurar os apoios políticos e financeiros.

A reunião reservada contou com a presença do prefeito do Recife e coordenador da campanha de Lula em Pernambuco, João Paulo (PT), do prefeito de Camaragibe e presidente estadual do PT, Paulo Santana, e do coordenador da campanha de Lula no Nordeste, Francisco Rocha, o Rochinha.

Discreto, Monteiro Filho entrou na sala de reuniões e pediu para não ser fotografado.

"Sou um antigo eleitor de Lula. Só estou aqui para ver como posso colaborar", resumiu o empresário, que já havia apoiado Lula nas eleições de 1994, quando foi candidato a senador na chapa de Miguel Arraes (PSB).

João Paulo, idealizador da articulação, disse que a idéia é mobilizar lideranças pernambucanos que apóiam o projeto nacional do PT, mesmo que não estejam engajadas na candidatura de Humberto Costa ao Governo do Estado. "Precisamos aglutinar todas as forças que votam em Lula, independente do posicionamento delas no plano estadual, como é o caso de doutor Armando", justificou o prefeito.

Rochinha ficou responsável por agendar a visita do candidato a vice a Pernambuco, até o final do mês. "Queremos fazer contato com os setores progressistas da indústria, do comércio e da área canavieira. Alencar é a pessoa ideal para isso, pois é muito respeitado no meio empresarial", detalhou, lembrando que José Alencar é proprietário do Grupo Coteminas, um dos maiores fabricantes de produtos têxteis do País.

As reuniões em busca do engajamento de personalidades ocorrerão todas as semanas.

"Queremos também envolver pessoas do meio acadêmico e artístico, num movimento suprapartidário. Estou tentando agendar debates e palestras com Frei Beto ou Leonardo Boff em setembro", fala Rochinha, citando dois dos principais militantes petistas na intelectualidade.

O coordenador regional da campanha de Lula revelou que está contando com, pelo menos, mais duas passagens do presidenciável pelo Nordeste até a eleição. "A pedido do próprio Lula, um dos últimos cinco comícios da campanha será no Recife."


Jarbas abre palanque para Ciro Gomes
Governador reitera apoio a José Serra, mas admite participar de atos políticos com pós-socialista

Na véspera da visita do presidenciável tucano José Serra a Pernambuco - ele chega amanhã ao Recife para inaugurar seu comitê - o governador Jarbas Vasconcelos (PMDB) reiterou que pode participar de um ato político no Estado com o candidato do PPS, Ciro Gomes, que estará em Petrolina neste fim de semana. "Não vejo nada demais.

O PPS está no meu palanque", disse Jarbas, durante entrevista à Rádio CBN. Ele enfatizou que a população vai compreender o gesto. Perguntado se Serra iria entender, ele respondeu: "O problema de Serra entender ou deixar de entender não é meu não. É dele".

Jarbas é o aliado mais importante no Nordeste para Serra, que já não conta com o ex-senador Antônio Carlos Magalhães (PFL/BA) e os governadores Roseana Sarney (PFL/MA) e Tasso Jereissati (PSDB/CE). Segundo Jarbas, em política não existe gostar ou não gostar. "Isso é negócio de homem e mulher", afirmou. Ele destacou que, se for o caso, Ciro é quem vai subir no seu palanque e não o contrário. Jarbas declarou não haver nada de estranho nisso. A seu ver, Serra não vai se incomodar, porque Ciro vai subir no palanque do PPS, seu aliado hoje.

"Não há problema nenhum porque nesse momento eu vou reiterar meu compromisso com Serra. Não vejo dificuldade de dizer que Ciro está ali episodicamente, uma vez só, porque o PPS está me apoiando, Roberto Freire está me apoiando...", ponderou o governador. De acordo com Jarbas, não é complicado pedir voto para Serra com Ciro ao lado. "Ciro sabe que eu voto com Serra. Pode parecer coisa inusitada, mas eu vou ter daqui a pouquinho um guia eleitoral todo vinculado à Serra", afirmou. O governador assegurou que não esconder o seu palanque. "Eu nunca escondi palanque na minha vida. Vamos mostrar Serra, vamos ter publicidade juntos, então qual é o mistério?", questionou.

Jarbas reafirmou que vai estar com Serra amanhã, na inauguração do comitê dele e também em uma caminhada ao lado do tucano no dia seguinte. E que não vai estar com Ciro em Petrolina no próximo dia dez. O governador criticou mais uma vez a equipeeconômica do governo federal, do qual Serra é representante, ao admitir que não há ainda nenhuma resposta quanto à cobrança que ele fez em relação à Adene, órgão que substituirá a extinta Sudene. "O governo e seus ministros têm dito e reiterado que a Adene vai ter papel importante. Eu não tenho visto isso. Conversei com o presidente em duas ocasiões", disse.

Jarbas enfatizou sempre dizer que "não se trata o mesmo assunto três vezes com a mesma pessoa, qualquer que seja o assunto". Ele reiterou que o governo federal não cumpriu o compromisso de fazer da Adene um órgão mais ágil, competente e com dinheiro. "Até agora essa Adene não se caracterizou assim. Não é ágil, porque faz um ano Sudene foi extinta nem tem dinheiro, porque há uma interrogação com relação ao Finor", declarou.


Serra terá mais tempo no guia eleitoral
Programas dos presidenciáveis irão ao ar duas vezes por dia, às terças, quintas e sábados

SÃO PAULO - O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) confirmou ontem o tempo de TV de cada candidato à Presidência da República no horário eleitoral gratuito deste ano, que começa no próximo dia 20 de agosto. Os programas irão ao ar duas vezes por dia, com 25 minutos de duração cada um, às terças, quintas e sábados. De acordo com o tribunal, José Serra (PSDB) vai ocupar, em cada um dos blocos, 10 minutos e 23 segundos do horário eleitoral gratuito, o que corresponde a 41,3% do total.

O Tribunal Superior Eleitoral anunciou também que haverá seis minutos de inserções diárias durante 45 dias, divididas entre os diversos partidos ou coligações partidos. As inserções são de 30 segundos, e cada partido pode optar por dividi-las dentro de um mesmo bloco. Para dividir o tempo de TV, o TSE leva em consideração as coligações registradas em torno de cada candidato.

Garotinho será o primeiro a aparecer no horário eleitoral, seguido de José Maria Almeida, Lula, Rui Pimenta, Serra e, por último, Ciro - a ordem foi estabelecida por sorteio na semana passada. Um rodízio diário fará com que o último de um dia seja o primeiro do dia seguinte.

Em um eventual segundo turno, o tempo de TV será distribuído por igual entre os dois candidatos vitoriosos. Nesse caso, o primeiro a começar será o mais votado no primeiro turno, mas também haverá rodízio com os dois. As fitas dos programas de cada partido devem ser entregues pelos partidos ao TSE três horas antes do início de cada transmissão.

URNAS ELETRÔNICAS - Para garantir maior confiança no voto informatizado, o Tribunal Superior Eleitoral decidiu abrir aos partidos os programas das urnas eletrônicas. Até o módulo de criptografia, responsável pela cifragem dos dados, considerado um dos principais dispositivos de segurança. Por decisão do presidente do TSE, Nelson Jobim, a apresentação, que começou ontem e se estenderá até sexta-fei ra, será acompanhada por quatro especialistas da Universidade Federal de Minas Gerais e da Universidade de Santa Catarina. O PT chamou um da UniversidadeFederal do Rio de Janeiro.

Os representantes dos partidos estão tendo acesso aos programas sob o compromisso de mantê-los em sigilo. "Tudo será feito em ambiente transparente, mas totalmente controlado e inacessível a terceiros que não forem credenciados pelos partidos", afirmou Nelson Jobim. Sua meta é que nas próximas eleições municipais o processo seja auditado.

"Em 2004 devemos introduzir outro elemento de transparência, a possibilidade de universidades e de órgãos de real conhecimento e integridade emitirem um laudo sobre os programas", disse o ministro. Este ano, como não havia tempo, Jobim solicitou à Sociedade Brasileira de Computação que indicasse especialistas. Supervisor do laboratório de segurança em computadores da USC, Ricardo Felipe Custódio disse que está tendo acesso a todos os dados e considerou seguras as funções. Após a semana de vistoria, os partidos terão cinco dias para impugnar itens considerados questionáveis.


Lula vê filme e ironiza FHC
SÃO PAULO - O candidato petista à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, assistiu ontem a pré-estréia do filme Cidade de Deus, de Fernando Meirelles, no Centro Cultural São Paulo. A sessão começou com cerca de meia hora de atraso. Lula traçou um paralelo entre o filme e o seu plano de governo. O filme usa a história de um conjunto habitacional para traçar um painel sobre a evolução da violência e do crime nos últimos trinta anos na periferia do Rio de Janeiro.

Depois de observar com detalhes a história, o petista disse que ela é parecida com realidade de outros conjuntos habitacionais do País. Lula criticou o plano de segurança do Governo federal que, segundo ele, é apoiado apenas no aumento de efetivo das polícias e na compra de equipamentos. O candidato disse que o Brasil precisa de um projeto para o setor condizente com a realidade do País. Para que tal projeto não fique apenas no papel, Lula prometeu que o dinheiro público será utilizado corretamente para ser investido na área.

O candidato indicouo filme ao presidente Fernando Henrique Cardoso. Lula passou o restante do dia em São Paulo, gravando programas para o horário eleitoral gratuito. À noite, ele concedeu entrevista ao vivo ao Jornal da Globo.

COMPROMISSO - Durante a entrevista que concedeu após o pré-lançamento do filme, Lula disse que o Governo atual não tem compromisso com causas sociais. "Não é prioridade desse Governo fazer política social, a prioridade é pagar juros", disse o presidenciável.

Questionado sobre o fato de o secretário do Tesouro norte-americano, Paul O'Neill, ter elogiado as políticas públicas do Governo, Lula ironizou os elogios. "Ele não precisava ser tão 8 ou 80 para desfazer a bobagem que ele falou antes", disse o candidato. Depende dos dados que passaram para ele e dos lugares em que o levaram para visitar. Se o levaram para ver o setor de mansões de Brasília e ele pensou que aquilo é política pública, ele saiu daqui do jeito que entrou, sem conhecer o Brasil", completou Lula.

Lula afirmou aos repórteres que não acredita que o problema das políticas públicas do Governo FHC seja dinheiro, mas sim sua aplicação, o que não comprometeria as metas de resultados econômicos impostos ao Brasil pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). "O problema, na minha opinião, é que o dinheiro sai pelo ralo, nunca chega na hora certa e no lugar certo", afirmou ele.


Garotinho fica sem dinheiro na campanha
SÃO PAULO - Sem material de propaganda suficiente para distribuir aos eleitores e em crise de caixa para pagar aos cabos eleitorais, o candidato do PSB à Presidência, Anthony Garotinho, preferiu desistir, de última hora, do roteiro que faria ontem pelas ruas de São Paulo e Osasco. Na noite de anteontem, na recepção montada na TV Bandeirantes, o presidenciável foi socorrido por diretórios do PSB da Baixada Santista, que bancaram a presença de um trio elétrico.

Pessoas contratadas pelo comando da campanha de Garotinho em São Paulo confirmaram a falta de estrutura para a realização da agenda de ontem. Segundo os "aliados profissionais" do PSB informaram, não havia carros nem seguranças suficientes para os eventos. Garotinho informou que o cancelamento devia-se a contusões nas pernas provocadas pela queda do seu palanque, na sexta-feira.

O candidato do PSB cumpriu apenas uma atividade de campanha ontem: concedeu entrevista à Rádio Bandeirantes. Garotinho repetiu as críticas que fez no debate a Ciro Gomes (PPS), a quem atacou por causa da aliança com as oligarquias, e a Luiz Inácio Lula da Silva (PT), "sem experiência administrativa".


Carros têm queda de 10% nas vendas
SÃO PAULO - As vendas totais de veículos nacionais e importados caíram 10,9% em julho na comparação com o mesmo mês do ano passado.

No mês passado as montadoras venderam um total de 112.134 veículos no mercado interno contra 125.815 veículos comercializados em julho de 2001.

Os números foram divulgados ontem pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores.

De janeiro a julho deste ano foram comercializados 831.387 veículos nacionais e importados contra 1 milhão no mesmo período do ano passado, o que representa uma queda de 16,9%.

Nos sete primeiros meses deste ano as montadoras produziram 1.037.074 veículos contra 1.140.972 no mesmo período do ano passado, uma queda de 9,1%.

As vendas de automóveis e comerciais leves em julho somaram 4.411 unidades, o maior número desde janeiro de 2000.


Artigos

Conflitos de Lula
Abelardo Baltar da Rocha

Lula é, inegavelmente, um dos mais importantes políticos brasileiros dos últimos tempos, sobretudo quando visto de fora do País. Tem representado, simbolicamente, um dos principais contrapontos a essa estrutura socioeconômica perversa que caracteriza, e sempre caracterizou, a sociedade brasileira desde os seus primórdios. Uma sociedade antes de tudo injusta, como reconhece o próprio presidente FHC. Entretanto, isso não quer dizer que o candidato do PT seja, necessariamente, o candidato mais viável para governar o Brasil a partir de 2003. Falta-lhe, talvez, uma visão mais clara do atual momento que vive o País, momento caracterizado, sobretudo, pela inserção de sua economia no contexto da economia mundial. É exatamente na análise da forma de como deve ocorrer essa inserção que Lula e o PT, muitas vezes vêm se perdendo.

Tomaram, em algumas ocasiões, atitudes muito radicais contra a própria inserção, misturando, desse modo, fatos distintos, poisa referida inserção, a essas alturas, pode ser considerado uma questão irreversível. Portanto, brigar contra ela não leva a nada. O que tem sentido discutir, presentemente, são as maneiras possíveis de inserção e, dentre elas, escolher as que sejam menos prejudiciais aos interesses da grande maioria da população do País. Enfim, é preciso saber escolher aquelas alternativas cujos "preços" a serem pagos por essas maiorias sejam menores. A inserção, por sua vez, traz, também, vantagens para os países periféricos, sobretudo quanto aos ganhos referentes à absorção de tecnologias mais avançadas.

Ultimamente, ao contrário do que sempre ocorreu, o PT mudou bastante o seu discurso em relação a essa integração da economia brasileira na economia mundial. Tem conciliado em demasia no que diz respeito a alguns interesses externos que nunca aceitou, contradizendo-se, desse modo, com o seu próprio discurso de pouco tempo atrás. Esse Lula, exageradamente "maquiado" por Duda Mendonça, se encontra meio perdido.

Parece que não sabe mais direito o que quer e a quem deve agradar. Na política o marketing não pode ser prioritário e m relação à própria política. A "maquiagem" de um candidato nunca deve afetar a sua identidade mais profunda. Não poderiam haver tantas concessões, como vem acontecendo, mesmo que seja por um puro jogo de propaganda eleitoral. Descaracteriza o candidato e a candidatura, sendo exatamente disso que Ciro vem se aproveitando. Sim, porque fica até parecendo que o candidato do PPS é o mais profundo opositor a alguns aspectos tidos como atrasados da gestão FHC, o que não é verdade.

Lula e o PT, no decorrer das últimas décadas, sempre procuraram se mostrar como os principais antítodos aos traços perversos, e mesmo extravagantes, que sempre caracterizaram as relações sociais no Brasil. Mas nunca conseguiram muita eficiência política nessa "empreitada". Nunca conseguiram chegar ao ponto certo de equilíbrio. Em um dado momento histórico não souberam se desvincular de uma visão maniqueísta do processo social, o quedificultava lidar com a complexidade dos fenômenos que ocorriam à sua volta. Agora, nesse atual momento, vêm errando por agir de forma inversa: procuram se igualar, em termos de discurso e postura, com os demais partidos e candidatos, distanciando-se, desse modo, bastante da "marca" que com sacrifício conseguiram criar ao longo de muitos anos. Na verdade, Lula, preocupado em não desagradar esse ente abstrato denominado "mercado", vem abrindo mão, em demasia, de sua identidade mais essencial.

Desagradando o "mercado" poderia desagradar parcelas do eleitorado amedrontadas com a crise da economia mundial e suas conseqüências aqui no Brasil. É verdade, desagradaria mesmo, mas, por conta disso, se descaracterizar completamente, abrindo mão de sua forma típica de fazer política, dando margem a ser confundido com os próprios adversários, pode ser bastante pior para quem pretende amealhar muitos votos no campo oposicionista. Campo que exige atitudes e discursos enfáticos.


Colunistas

DIARIO POLÍTICO - Divane Carvalho

A ver navios
Nem tudo que é bom para o candidato Jarbas Vasconcelos é bom para a majoritária da União por Pernambuco. Com mais de 60% das intenções de voto nas pesquisas eleitorais, o governador continua sem apetite para começar a campanha. Mesmo depois de ter inaugurado o comitê central, sábado, onde o clima de já ganhou atrapalhou a festa, que não teve aquela animação de outras épocas. O que já devia ser esperado porque, sem a adrenalina da disputa, a militância se acomoda. A insistência do candidato em encurtar a campanha para tentar a reeleição só a partir do guia eleitoral, é ruim para Marco Maciel pior para Sérgio Guerra. Os candidatos ao Senado estão numa verdadeira roda vida em busca de votos mas como os eventos que participam não contam com a presença de Jarbas Vasconcelos, a repercussão, na maioria das vezes, é mínima. Para Maciel, que tem um estilo próprio de fazer política, sem muito alarde e com uma legião de assessores que se desdobram para ajudá-lo, as dificuldades são menores que as de Sérgio Guerra. Além disso, é mais conhecido que o deputado e como está na vice-presidência há oito anos, essa vitrine facilita sua vida. Com Guerra os problemas são maiores porque sem o governador à tiracolo e desconhecido dos eleitores, conseguir votos para se eleger senador virou uma batalha. De quebra e o mais preocupante é que seu maior adversário, Carlos Wilson (PTB), está tecnicamente empatado com Marco Maciel. Ou seja, se a eleição fosse hoje, eles seriam eleitos para as duas vagas do Senado ficando Guerra a ver navios.

Dilton da Conti (PSB) diz que Jarbas Vasconcelos não tem competência técnica para discutir com ele os problemas financeiros do Estado, principalmente a aplicação dos recursos da venda da Celpe, por isso não vai a debates

Divulgação
O TRE recebeu o material de divulgação da eleição. São mais de 100 mil cartazes explicando a votação na urna eletrônica e 5 milhões de colas para o eleitor levar os números dos seus candidatos para a cabine de votação.

Tempo
Os camputadores continuam fazendo milagres nas fotos dos candidatos estampadas nos outdoors da cidade. Tem político que ficou tão jovem depois de passar pelo photoshop, o programa de rejuvenescimento dos marqueteiros, que a fotografia não combina com o original. Propaganda enganosa mesmo.

Aniversário 1
Eduardo Campos, do PSB (foto), decidiu comemorar seu aniversário com as crianças, sábado. O deputado promove uma tarde de recreação para os filhos dos amigos e correligionários no seu comitê, que vai virar um parque de diversão.

Aniversário 2
Ele anuncia que, para animar a garotada, está providenciando uma cama elástica, piscina de bolas e material de pintura para decorar os muros do escritório político. A partir das 13h, na rua Neto Campelo, 80, na Torre.

Pichações
O TRE deu 24 horas para que os petistas Claudemir e Roberto Leandro retirem as pichações feitas nos pontilhões do canal da rua 21 de Abril, San Martin. E a Teca Carlos (PT), para tirar os cartazes que pregou nos postes públicos.

Humor
Sem entrar na campanha Jarbas Vasconcelos já está no maior mau humor, como se assistiu, ontem, na entrevista que deu à CBN, imagine quando os candidatos da oposição começarem a atirar nele. Vai ser um salve-se quem puder.

Movimento
Tereza Leitão (PT) inicia, hoje, o projeto Quartas em Movimento, com uma oficina Hip-Hop, a partir das 15h, que terminará com uma grafitagem nos muros do seu comitê. Para promover a integração da militância.

Aviso
Toni Gel (PFL) avisa que seu voto continua sendo do presidenciável José Serra (PSDB), apesar de ser aliado de Inocêncio Oliveira (PFL-PE) que decidiu apoiar o candidato pós-comunista Ciro Gomes. Prevenido, o prefeito de Caruaru.

Procissão
Luciana Santos (PCdoB) e Jacilda Urquiza, do PMDB (foto), se uniram, ontem, para homenagear o padroeiro de Olinda, São Salvador do Mundo. A prefeita e a ex-prefeita acompanharam a procissão, cada uma de um lado do andor.


Editorial

PACOTE DE SOCORRO

Depois de recusar ajuda à Argentina, o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, abandonou a tática de atacar os países às voltas com dificuldades financeiras. Pela primeira vez desde que assumiu a Casa Branca, em janeiro de 2001, Bush liberou o Tesouro americano para emprestar US$ 1,5 bilhão ao Uruguai. O empréstimo, de caráter emergencial, foi decisivo para o país reabrir ontem os bancos, fechados na semana passada como forma de evitar uma corrida aos saques e a conseqüente quebradeira do sistema financeiro.

Com os US$ 1,5 bilhão, que serão devolvidos aos cofres americanos tão logo o Fundo Monetário Internacional (FMI) libere o pacote de socorro prometido ao presidente Jorge Battle, o Uruguai poderá reestruturar seu sistema financeiro. Além de oxigenar os bancos, o dinheiro liberado por Bush dá fôlego para o país tentar superar uma das piores crises de sua história e não se transformar numa outra Argentina.

No curto prazo, particularmente para o Brasil, a antecipação do empréstimo ao Uruguai representa mais um alento nas negociações do pacote de ajuda que vem sendo negociado com o FMI em Washington. Um novo acordo do Brasil com os organismos financeiros internacionais deve ser acertado no decorrer desta semana e ajudará o País a atravessar a crise cambial que elevou a cotação do dólar para a estratosférica casa dos R$ 3.

Com o dinheiro do FMI, o Governo brasileiro ganha um reforço importante para acalmar o mercado, sobressaltado desde maio com a possibilidade de uma eventual mudança na política econômica, caso se confirmem as pesquisas eleitorais que indicam a vitória da oposição nas eleições presidenciais de outubro.

Além das boas perspectivas que o recuo do Governo americano na política de não socorrer países em dificuldades traz para o Brasil, o gesto de Bush revela que os Estados Unidos estão preocupados com os desdobramentos da crise econômica na América do Sul. Mesmo assim, o fato de estender a mão ao Uruguai não pode ser interpretado apenas como um sinal de boa vontade da primeira potência doMundo com as mazelas latinas. É muito mais do que isso.

Os americanos bem sabem que o colapso da América do Sul terá sérias conseqüências para o resto do Mundo.

Afinal, o continente, com 320 milhões de habitantes, representa um mercado consumidor que não pode ser desprezado pelas empresas dos países desenvolvidos. Mais do que isso, a estabilidade econômica dos países da região é requisito importante para o avanço das negociações da Área de Livre Comércio das Américas (Alca). E a integração dos mercados americanos por meio da queda das barreiras alfandegárias, como está previsto nos tratados da Alca, é um assunto que interessa, e muito, aos Estados Unidos.


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08/07/2002


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