Moreira Mendes defende nova política de desenvolvimento para a Amazônia



O senador Moreira Mendes (PFL-RO) defendeu, nesta quinta-feira (dia 9), a formulação de uma política de desenvolvimento para a Amazônia que associe o crescimento da atividade econômica a propostas de conservação das riquezas naturais da região. Ele citou relatório que recebeu recentemente com o resultado de estudos feitos pelo Centro de Energia Nuclear na Agricultura (Cena) a fim de contestar a tese de que as riquezas naturais dos países em desenvolvimento devem permanecer intocadas para compensar os danos ambientais que ameaçam o planeta.

"O relatório, embora não sendo conclusivo em muitos dos aspectos pesquisados, sugere prudência na formulação de políticas de desenvolvimento e rigorosa ação fiscalizadora para evitar danos ecológicos e enseja uma profunda reflexão sobre as potencialidades da Amazônia, que não pode ser responsabilizada, nem pagar, com o ônus do subdesenvolvimento, pelo desequilíbrio ecológico que afeta todo o planeta", afirmou Moreira Mendes.

O CENA estudou durante 10 anos áreas de florestas e de pastagens na Agropecuária Nova Vida, em Rondônia. As pesquisas, segundo o senador, tinham como objetivo determinar, ao longo do tempo, as transformações físicas, químicas e biológicas dos solos de florestas quando utilizados como pastagens. Além de analisar as condições do solo, as pesquisas também estudaram sua relação com a emissão de gases que provocam o efeito estufa.

Em resumo, informou Moreira Mendes, as pesquisas indicaram que os efeitos resultantes da mudança de uso do solo não foram tão contundentes como se esperava, e que, em alguns aspectos específicos, essa mudança foi até benéfica. Por outro lado, as pesquisas reconhecem preliminarmente que o desmatamento para introdução das pastagens agrava o efeito estufa, por ocasião das queimadas.

O senador por Rondônia lembrou que os países industrializados são responsáveis por 75% de todo o gás carbônico (um dos responsáveis pelo efeito estufa) lançado na atmosfera. "Mesmo assim os países ricos relutam em reduzir, ainda que minimamente, o seu padrão de vida; mais ainda, transferem aos países em desenvolvimento o ônus de proteger a camada de ozônio e de garantir o restabelecimento das condições climáticas", criticou Moreira.

Em aparte, o senador Jonas Pinheiro (PFL-MT) comentou que a pesquisa do CENA e outras que estão sendo realizadas no Brasil desmistificam "a história de que cortar árvores velhas prejudica o meio ambiente". No mesmo sentido, o senador Amir Lando (PMDB-RO) destacou que o trabalho mostra que a Amazônia tem vocação para a agricultura e pode ser uma alternativa para a ampliação da produção nacional de grãos.

09/08/2001

Agência Senado


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