Moreira Mendes denuncia falta de ação do Ibama na Ponta do Abunã
A atuação deficiente da fiscalização do Instituto Nacional do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) na região da Ponta do Abunã, em Rondônia (próximo à fronteira com o Acre), foi denunciada nesta terça-feira (17) pelo senador Moreira Mendes (PFL-RO). O parlamentar relatou que enviou pessoalmente para o órgão as coordenadas de um desmatamento por ele sobrevoado, mas nenhuma providência foi tomada pelo instituto. A clareira na mata, informou o senador, tinha mais de 5 mil alqueires.
- Por que o Ibama não fiscaliza efetivamente o desmate feito nas reservas e parques do estado de Rondônia? - perguntou o parlamentar.
Moreira Mendes leu em Plenário trechos de um documento elaborado por 11 madeireiras estabelecidas na Ponta do Abunã, que se dizem perseguidas pela administração local do Ibama. As madeireiras, informou o senador, geram centenas de empregos e exportações.
Segundo o documento, o órgão federal não se preocupa com as derrubadas clandestinas feitas na localidade. Em um dos trechos lido pelo senador, o grupo de madeireiras informa que, entre 2000 e 2002, foram desmatados -mais de 40 mil hectares de terras de florestas sem autorização escritórios ambientais-
Moreira Mendes disse que as empresas legalmente estabelecidas na região acabam por sofrer uma desleal concorrência de compradores de madeira clandestina, cuja ação é livre com a falta de fiscalização do órgão. O texto, para o qual o senador pediu a transcrição integral, afirma que foram destruídos mais de 500 mil metros cúbicos de madeiras industrializáveis, suficientes para abastecer todas as indústrias madeireiras da região por um período de, pelo menos, dez anos. Muitas das árvores derrubadas, acrescenta o documento, são protegidas por lei.
17/12/2002
Agência Senado
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