MORTE DE LUÍS EDUARDO É VISTA COMO REVIRAVOLTA NA POLÍTICA
A morte do líder do governo na Câmara, deputado Luís Eduardo Magalhães, um dia depois do enterro do ministro das Comunicações Sérgio Motta, pode significar uma reviravolta na política brasileira, segundo a avaliação do ex-governador paulista Luís Antonio Fleury Filho. Para ele, esses dois acontecimentos terão conseqüências na história política do país nos próximos anos. Fleury fez grandes elogios a Luís Eduardo:
- Ele estava credenciado a ocupar papéis importantes na política brasileira. A base de sustentação do governo e os partidos políticos, em homenagem a essa grande figura, devem redobrar seus esforços para que não haja interrupção nos trabalhos de condução política do país - disse o ex-governador.
A deputada Marta Suplicy (PT-SP) destacou a amizade cultivada com o ex-líder do governo em seus três anos e meio no Congresso Nacional. "Era uma pessoa muito especial. Posso chamá-lo de grande aliado e amigo. Não vamos encontrar ninguém que diga que não gostava dele", disse.
Segundo Marta, foi Luís Eduardo quem tornou possível a discussão dos projetos polêmicos por ela apresentados na Câmara dos Deputados. "Era uma pessoa que valorizava o diálogo. Não vejo ninguém que tenha a visão de futuro, de terceiro milênio que ele tinha", avaliou.
Marta disse que sempre existiu respeito mútuo nas relações de Luís Eduardo, o que permitia cordialidade nas negociações. "Em projetos como o da parceria civil entre pessoas do mesmo sexo, diferente de muitos políticos, ele não teve medo de discutir e formar a Comissão Especial para debater o assunto", afirmou Marta.
22/04/1998
Agência Senado
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