Motta crítica o tratamento do governo federal à agricultura
Ao analisar a crise na agricultura brasileira, em discurso nesta quinta-feira (6), o senador João Batista Motta (PSDB-ES), disse que o Brasil precisa de gerenciamento, garantia de preços para a agricultura e de seguro rural para cobrir os eventuais prejuízos dos agricultores em caso de quebra de safra. Motta, que se manifestou contrário às isenções de tributos às empresas estrangeiras, disse que não há mais o que esperar do governo Lula.
- Enquanto as multinacionais não pagam na hora de importar e exportar, o povo brasileiro paga 50% de impostos sobre o arroz e o feijão e a camisa que veste - protestou.
Motta disse que o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, estaria desmoralizado por não ter conseguido sensibilizar as autoridades monetárias para o problema da dívida dos agricultores. O senador criticou abertamente o líder do governo no Senado, Aloizio Mercante (PT-SP), por ter, segundo Motta, em discurso na tribuna, demonstrado satisfação com a notícia da venda do arroz brasileiro por R$ 2 a saca.
- É caso de polícia; de execração da vida pública uma pessoa com diploma de economista ter o entendimento de que a falência dos que produzem nossa alimentação seja motivo de alegria - protestou o senador.
João Batista Motta comentou matéria de capa do jornal Gazeta Mercantil que sinaliza para a diminuição significativa da área plantada de grãos, que teria chegado aos mesmos níveis de 1998. O senador lamentou a difícil situação de três anos consecutivos de quebra de safra e a redução de preço das principais commodities, que estão entre os responsáveis pela perda de competitividade do agronegócio brasileiro frente à Argentina e aos Estados Unidos.
- O PIB do agronegócio encolheu 4% e deve fechar com queda mais expressiva neste ano - disse.
06/04/2006
Agência Senado
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