Mozarildo cobra do presidente Lula resgate da educação no final de seu mandato



O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deveria aproveitar os dois anos que ainda restam de seu mandato para trabalhar num plano de resgate da educação. A sugestão foi feitapelo senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR) nesta sexta-feira (21), em Plenário, quando tratou dos resultados do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2008. O parlamentou lamentou a queda da nota média dos alunos, de 51,52 (em 100 pontos), em 2007, para 41,69 neste ano.

- O que temos aqui é um exame laboratorial - não é uma impressão diagnóstica - que nos mostra que o paciente está tão ruim que exige uma ação mais forte - disse o senador, médico de formação, comparando a situação da educação com o quadro de um doente em grave estado de saúde.

O senador denunciou a enorme disparidade entre o desempenho dos alunos das escolas públicas, com nota média de 37,27, e os matriculados nos estabelecimentos particulares, com 56,12. Esses resultados referem-se às provas objetivas.Em seguida, registrou a coincidência na divulgação das notas do exame e a aprovação, pela Câmara dos Deputados, da proposta do governo que fixa uma cota de 50% das vagas nas universidades públicas e escolas técnicas federais para estudantes oriundos do ensino público - metade da cota reservada para quem se declarar negro, pardo ou índio.

Para Mozarildo, as cotas são válidas desde que sua vigência seja por tempo determinado. Na sua compreensão, o importante mesmo é o investimento na qualificação da escola pública. Quando isso acontecer, observou, qualquer espécie de cota se tornará desnecessária, pois todos os alunos estarão em patamar de igualdade para disputar as vagas das boas universidades públicas. A qualificação do ensino público, defendeu o senador, depende fundamentalmente de professores bem preparados e com melhores salários.

- O problema é que se investiu mais no ensino universitário e se relaxou no ensino fundamental. Com isso, temos essa situação que está aí - criticou.

Conforme Mozarildo, as notas também revelam que as escolas das regiões Norte e Nordeste estão em situação ainda pior do que as do Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Ainda que Roraima, em particular, esteja em situação menos desfavorável, na 12ª posição no balanço da rede pública, ele disse que o conjunto dos dados "é o retrato das desigualdades regionais".

- Espero que o presidente gaste esses dois anos com menos passeios, menos viagens e discursos, menos retórica, e que chame seus ministros, entre eles o da Integração Nacional, que não integra nada, e diga: eu quero um plano para a educação que mude esse quadro - cobrou.

Em apartes, manifestaram-se os senadores Paulo Paim (PT-RS), Mão Santa (PMDB-PI) e Cristovam Buarque (PDT-DF).



21/11/2008

Agência Senado


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