Mozarildo: Novo índice de pobreza revela descaso do governo com a Região Norte
O senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR) mostrou-se revoltado, nesta terça-feira (25), com os resultados do primeiro levantamento feito pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome utilizando a metodologia do Índice de Desenvolvimento Familiar (IDF). Criado pelo governo para mapear a situação da população mais pobre do país, o novo indicador, anunciado oficialmente na segunda-feira (24), mostra que a pior situação em termos de fragilidade social está na Região Norte.
O IDF foi criado pela equipe do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) para examinar o grau de pobreza das famílias que fazem parte do Cadastro Único - levantamento nacional das unidades com renda per capita inferior a meio salário mínimo, estejam elas no programa Bolsa-Família ou não. Para o cálculo do IDF, leva-se em consideração a escolaridade, a vulnerabilidade familiar, o acesso ao trabalho, a renda, o desenvolvimento infantil e as condições de moradia dos integrantes dessas famílias.
Os resultados do IDF tendem a convergir para aqueles apurados com base no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), mas revelam a concentração de renda com mais segurança e precisão.
Depois de ler trechos de material jornalístico produzido pela Agência Estado sobre o assunto, o senador atribuiu ao governo Luiz Inácio Lula da Silva a manutenção do Norte do país num estado de abandono social. Para o parlamentar, o governo Lula tem alardeado sua ação social, mas, decorridos quatro anos do primeiro mandato e dois anos do segundo, ainda fez muito pouco pela região.
Para Mozarildo, é inadmissível que nove dos dez municípios que abrigam "os pobres mais pobres" do Brasil estejam espalhados pelos estados de Roraima, Amazonas, Pará, Maranhão e Acre. O IDF do estado de Roraima é de 0,542, numa escala que vai de 0 a 1, mas o estado tem o município de IDF mais baixo do Brasil, Uiramutã, localizado no centro da reserva indígena Raposa Serra do Sol, com 0,35 - posição que divide com Jordão, no Acre, com o mesmo IDF.
O senador voltou a defender políticas de equilíbrio entre as regiões, ao notar que os pobres são menos pobres nas Regiões Sudeste e Sul, com índices que chegam a 0,71 em Caxias do Sul (RS) e 0,66, em Santana da Ponte Pensa (SP).
- Os municípios piores estão na Amazônia, a mesma Amazônia que a maioria dos chamados "amazonófilos" que moram em Ipanema ou na Avenida Paulista acha que tem de ser mantida como está. Só se preocupam com as árvores, com os bichos, mas não se preocupam com os seres humanos que estão lá. Olhem aí a realidade, mostrada pelo próprio governo - protestou o senador.
Conforme o parlamentar, a situação não melhorou "porque a roubalheira impera em vários órgãos, especialmente na saúde". Ele referiu-se especificamente à Fundação Nacional de Saúde (Funasa) e prometeu para quinta-feira (27) um novo pronunciamento sobre as denúncias de corrupção no órgão.
25/11/2008
Agência Senado
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