Mozarildo: eleições no Brasil ainda têm compra de votos, abuso de poder e pesquisas falsas



Em pronunciamento nesta segunda-feira (22), o senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR) afirmou que a compra de votos, a boca de urna, o abuso de poder político ou econômico e a divulgação de pesquisas eleitorais manipuladas ainda prejudicam as eleições no Brasil. Ele citou como exemplo o estado de Roraima, onde há pesquisas eleitorais suspeitas.

- Temos uma experiência, que vem desde 1994, em que o Ibope vem sistematicamente “errando”. “Errando”, vou colocar entre aspas, porque parece até que há um erro proposital, porque, toda vez, o Ibope aponta num sentido, e dá outro sentido. Ou, então, quando não quer errar, diz que existe um empate técnico – afirmou.

Para Mozarildo, há necessidade de o país regulamentar as pesquisas eleitorais, criando parâmetros não só para a apuração e fiscalização dessas pesquisas, mas também para a divulgação delas.

O senador acredita que pesquisas eleitorais mal feitas, manipuladas ou encomendadas acabam influenciando o resultado do pleito, em virtude do chamado “voto útil”.

- Não sou favorável a que se proíba a pesquisa ou que se estabeleça prazo para esse ou aquele tipo, mas que tem que haver uma transparência maior, uma clareza de quem faz a pesquisa, como a faz, quem está financiado a pesquisa – disse.

Mozarildo defendeu uma “mudança radical” no processo eleitoral brasileiro, para acabar com instrumentos como o chamado “caixa 2”, por exemplo. O senador disse acreditar que a adoção do financiamento público exclusivo de campanhas poderia ser uma das soluções.

- É preciso passar a limpo essa situação e que possamos ter não somente candidatos ficha limpa, mas eleição de fato, um processo eleitoral limpo. Que o eleitor também seja um eleitor limpo, isto é, não venda o seu voto por causa de um favor, de uma benesse ou de um dinheiro durante o período eleitoral, ou de uma contratação para ser boca de urna. Esse processo eleitoral tem que ser profundamente revisto – disse.

Em aparte, o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) elogiou e apoiou o discurso do colega e concordou que o país deve promover uma profunda reforma política.



22/10/2012

Agência Senado


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