Mozarildo: em 2010 população tem chante de tirar corruptos da administração pública



O senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR) apelou, nesta sexta-feira (4), à sociedade, às instituições e à imprensa para que ajudem a afastar da administração pública os políticos corruptos. Nas eleições de 2010, ressaltou o senador, a sociedade terá a oportunidade de renovar os quadros da Administração Pública e realizar uma mudança que moralize a política brasileira.

A sociedade, ressaltou Mozarildo, vai eleger 54 dos 81 senadores, 513 deputados federais, deputados estaduais governadores e o presidente da República. Em sua avaliação, o eleitor brasileiro precisa compreender que a venda de seu voto também é um ato de corrupção e que tal prática repercute na qualidade dos políticos do país. O senador sugeriu aos brasileiros que denunciem ofertas de compra de voto.

Mozarildo destacou que as instituições e a imprensa têm papel importante na conscientização da população. Ele informou que a loja maçônica Grande Oriente do Distrito Federal lançou a campanha "Novo Brasil, ética, moral e dignidade: a responsabilidade é de todos nós". A imprensa, observou, precisa continuar a apontar irregularidades e cobrar punição dos culpados, mas, em sua opinião, precisa também conscientizar a população sobre as causas de o país ter políticos corruptos.

O senador citou análise técnica feita pela Consultoria Legislativa do Senado, a seu pedido, em relação à pesquisa feita pelo jornal Folha de São Paulo, publicada no dia 4 de outubro, sobre o perfil da sociedade brasileira. Segundo o estudo, os entrevistados afirmaram não acreditar nas instituições brasileiras por considerar seus integrantes corruptos, mas também admitiram que eles próprios já praticaram atos ilícitos.

De acordo com o estudo, 89% dos consultados consideraram a venda do voto uma prática corrupta. No entanto, 10% deles admitiram já terem vendido seu voto em troca de benefícios financeiros ou favores.

A pesquisa mostrou também que 97% disseram considerar errado falsificar documentos, mas 3% declararam já ter realizado o ilícito. Entre outros pontos, verificou-se que 9% dos entrevistados já comprou diploma de instituição educacional, 31% colou em provas escolares e de concursos, 23% ultrapassaram o sinal vermelho, 5% apresentaram declarações falsas no Imposto de Renda, 27% capturaram músicas na internet e 61% já compraram produtos piratas.

Em relação às instituições, informou Mozarildo, apenas 29% dos entrevistados confiam na Igreja Católica - a mais bem avaliada, o que significa, ressaltou que 71% dos entrevistados acreditam haver corrupção em seus quadros. A pesquisa apontou ainda que a confiança nas Forças Armadas é de 24%; na imprensa, de 21%; nas igrejas evangélicas, de 20%; e em sindicatos e bancos, de 16%.O Congresso Nacional, a Presidência da República e os ministérios receberam 12% de confiança. Os partidos políticos, observou, não aparecem na avaliação.

Em aparte, o senador Gilberto Goellner (DEM-MT) defendeu a abolição do chamado caixa dois em campanhas políticas - recursos não contabilizados. Para ele, esses recursos sem origem declarada favorecem a compra de votos.

Também em aparte, defenderam a moralização da política os senadores Cristovam Buarque (PDT-DF), Oswaldo Sobrinho (PTB-MT) e Mão Santa (PSC-PI).



04/12/2009

Agência Senado


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