MP não interfere em competência do Senado, diz Sarney



O presidente do Senado, José Sarney, não considera a elevação do cargo de presidente do Banco Central ao status de ministro capaz de interferir na competência constitucional do Senado para aprovar esse tipo de nomeação. – Eu não vejo nenhum conflito. O Meirelles já está aprovado pelo Senado e qualquer outro nome que o presidente da República tenha que nomear tem que ser aprovado antes pelo Senado. Na opinião de Sarney, a elevação do status do cargo é apenas uma providência governamental para dar maior garantia ao presidente do Banco Central. Questionado sobre a possibilidade de o governo ter editado a medida provisória para proteger Henrique Meirelles contra investigações, o presidente do Senado também discordou. – Eu acho que não. Pelo contrário. Se o advogado-geral da União tem status de ministro, se o controlador-geral da União tem status de ministro, o presidente do BC também deve ter. Trata-se de uma autoridade que tem hoje uma importância muito grande dentro da sociedade, nacional e internacionalmente. De acordo com Sarney, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez isso no interesse da estabilidade econômica, a pedido do ministro da Fazenda, Antonio Palocci, que considerou a providência eficaz. - Acho que o governo está vivendo a circunstância do momento e achou necessário tomar essa medida - disse ainda Sarney.           Na mesma entrevista, um jornalista quis saber o que ele pensava de o presidente Lula ter chamado de covardes os jornalistas que não apóiam a criação do Conselho Federal de Jornalismo. - Eu acho que isso foi uma brincadeira que ele fez. É um gesto que não pode ser interpretado como agressividade, uma vez que foi apenas um chiste” Sobre a notícia de que o Conselho de Ética  e a Corregedoria do Senado poderão investigar a suspeita de chantagens praticadas contra pessoas investigadas pela CPI do Banestado, o presidente do Senado respondeu: – Eu conversei hoje com Romeu Tuma, que é o corregedor da Casa, e ele está, em comum acordo com a Presidência, abrindo uma sindicância justamente baseada nas denúncias que ocorreram nessa direção.

17/08/2004

Agência Senado


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