Nabor: PEC que muda número de deputados prejudica estados mais pobres



Um dia depois de o senador Álvaro Dias (PDT-PR) ter defendido sua proposta de emenda à Constituição (PEC) que altera os critérios de representatividade da população na Câmara dos Deputados, o senador Nabor Júnior (PMDB-AC) criticou a mudança sugerida. Para Nabor, a proposta pretende criar uma falsa equivalência demográfica mas promove uma grande injustiça ao tratar igualmente os desiguais.

- Essa é uma solução típica dos figurinos políticos atuais: bater nos pobres para assegurar os privilégios e a força dos ricos. Não faz sentido essa comparação, com estatísticas frias, entre acreanos e paulistanos na composição das respectivas bancadas - afirmou Nabor, ao defender a preservação de critérios que não levem em consideração apenas a questão numérica.

O senador condenou o fato de Roraima, Amapá, Acre, Tocantins e Rondônia estarem classificados na PEC de Álvaro Dias como estados "sobre-representados", sujeitos a terem suas bancadas na Câmara reduzidas. Na avaliação de Nabor, esses estados são o verdadeiro alvo da proposta.

- Um voto em Roraima corresponde, sim, de fato, a milhares de votos em São Paulo, pela imensa dificuldade que envolve o acesso e o contato dos candidatos com seus eleitores, apesar de serem estados com dimensões físicas parecidas - disse Nabor, comparando a infra-estrutura de transportes e de comunicação dos dois estados.

Nabor condenou ainda o argumento utilizado por Álvaro Dias de que o número de deputados é excessivo e precisa ser revisto.

- Na Câmara, a maior bancada é quase nove vezes maior que a menor. Como é que podem dizer que é pequena uma diferença tão expressiva como essa? Que se faça uma recontagem geral das vagas de cada estado dentro das proporções atuais - sugeriu.

 



01/11/2001

Agência Senado


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