Nascimento: país não comporta novas zonas de processamento de exportações



O senador eleito pelo Amazonas Alfredo Nascimento (PL), 54 anos, assumirá o cargo em fevereiro próximo com a firme disposição de trabalhar contra qualquer projeto de lei que tenha como objetivo a criação de novas zonas de processamento de exportações em território brasileiro. Segundo Nascimento, o país não possui condições de suportar mais um distrito industrial e comercial nos moldes do Pólo de Manaus, que, a seu ver, ainda exige esforços para ganhar estabilidade.

- Minha posição é clara: se falarem nesse tema (novas zonas livres), serei contra - adiantou o senador eleito.

Com o propósito de integrar a Amazônia à economia do país, o Pólo de Manaus foi criado pelo governo federal em 1967. Assentado em fortes incentivos fiscais, o projeto abrange quatro estados, mas tem Manaus como cidade-centro. Aí se estabeleceram mais de 400 empresas, responsáveis pela geração de cerca de meio milhão de empregos, diretos e indiretos. Nascimento avalia o modelo como um grande sucesso e coloca seu mandato a serviço da estabilização do pólo, mas aponta efeitos colaterais que, a seu ver, exigem correção.

- Há um desequilíbrio grande no estado, onde houve demasiada concentração de recursos e pessoas na capital. Manaus não pode continuar crescendo de forma tão explosiva - afirmou ainda Nascimento.

Com base nesse diagnóstico, o senador eleito disse que é preciso agora promover a desconcentração espacial do desenvolvimento, corrigindo-se, assim, uma situação que considera de "injustiça" em relação ao interior. Por isso, disse que pretende empenhar-se para que o modelo de desenvolvimento também beneficie outras áreas do estado.

Nascimento chegará ao Senado trazendo larga experiência em funções públicas. Em 2004, foi nomeado ministro dos Transportes, quando exercia o segundo mandato como prefeito de Manaus. Isso depois de ocupar diversos cargos na administração municipal e no governo do Amazonas, inclusive a função de superintendente da Zona Franca de Manaus, como era antes designado o pólo econômico centrado naquela capital.

Na corrida pela vaga ao Senado, Nascimento terminou com 47,49% dos válidos. Venceu concorrentes da expressão de Gilberto Mestrinho (PMDB), que governou o estado portrês vezes e neste momento conclui mandato no Senado. Segundo Nascimento, foi uma "disputa dura", em que, para sua própria surpresa, contou com mais votos no interior do que na capital.

Se conquistar o segundo mandato, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva terá seu ex-ministro no reforço da base governista no Senado. Nascimento, atualmente no exercício da presidência nacional do PL, acredita na reeleição e aponta o atual presidente da República como a "melhor opção" para o Brasil.

- A comparação favorece o presidente Lula em todos os sentidos. Ele gerou empregos, garantiu a estabilidade econômica e deu credibilidade externa ao país - disse.

09/10/2006

Agência Senado


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